segunda-feira, 20 de maio de 2013
Comentário ao Evangelho do dia (18/05) feito por Santo Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n º 124, 5-7; CCL 36, 685
Pedro e João, da acção à contemplação
A Igreja tem duas vidas preconizadas e recomendadas por Deus. Uma delas é na fé, a outra na visão; uma na peregrinação no tempo, a outra na morada da eternidade; uma no trabalho, a outra na quietude; uma no caminho, a outra na pátria; uma no esforço da acção, a outra na recompensa da contemplação. [...] A primeira é representada pelo apóstolo Pedro, a segunda por João. A primeira decorre inteiramente na terra até ao fim do mundo, e depois acaba. A segunda só encontrará a sua plenitude depois do fim do mundo, e não terá fim no mundo que há-de vir.
Foi por isso que Jesus disse a Pedro: «Segue-Me», e acerca de João: «Eu quero que ele fique até Eu voltar. Que tens tu com isso? Tu, segue-Me.» [...] Que a tua acção Me siga, perfeita e modelada no exemplo da minha Paixão; que a contemplação começada permaneça até Eu voltar, e torná-la-ei perfeita quando voltar. Porque este fervor vigoroso que se mantém firme até à morte segue Cristo; e este conhecimento que então será revelado em plenitude permanece até ao retorno de Cristo. Aqui, na terra dos mortais, temos de suportar os males deste mundo; lá, contemplaremos os bens do Senhor na terra dos vivos (Sl 26,13). [...]
Portanto, que ninguém separe estes dois gloriosos apóstolos um do outro; porque ambos foram o que Pedro simboliza e ambos serão o que João representa.
Créditos: Evangelho Quotidiano
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