quinta-feira, 30 de maio de 2013

Comentário ao Evangelho (30/05) por Guilherme de Saint-Thierry, monge beneditino



Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
A Contemplação de Deus, 1-2
«Que queres que te faça?»
«Vinde! Subamos à montanha do Senhor, subamos à casa do Deus de Jacob, e Ele nos ensinará os seus caminhos» (Is 2,3). Vós, intenções, desejos intensos, vontade e pensamentos, afectos e energias do coração, vinde, escalemos a montanha, alcancemos o lugar onde o Senhor vê e Se dá a ver. Mas vós, preocupações e inquietações, trabalhos e servidões, esperai-nos aqui [...], até que, apressando-nos a chegar a este lugar, regressemos para junto de vós após termos adorado (cf Gn 22,5). Porque teremos de regressar, e bem depressa.


Senhor, Deus da minha força, faz que nos voltemos para Ti, «mostra-nos o teu rosto e seremos salvos» (Sl 79,20). Mas, Senhor, como é prematuro, audaz, presunçoso, contrário à regra dada pela palavra da tua verdade e sabedoria, pretender ver a Deus de coração impuro! Ó bondade soberana, bem supremo, vida dos corações, luz dos nossos olhos interiores, na tua bondade, Senhor, tem piedade.


Ei-la, a minha purificação, a minha confiança e justiça: a contemplação da tua bondade, meu bom Senhor! Tu, meu Deus, dizes à minha alma, como só Tu sabes fazer: «Eu sou a tua salvação» (Sl 34,3). Rabbouni, mestre soberano e professor, Tu, que és o único doutor capaz de me fazer ver o que eu desejo ver, diz a este teu mendigo cego: «Que queres que te faça?» E sabes bem, Tu, que me dás essa graça [...], com quanta força o meu coração Te grita: «Procurei-Te, Senhor; os meus olhos Te procuram; é a tua face que eu procuro» (Sl 26,8). 

Fonte: Evangelho Quotidiano

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