segunda-feira, 29 de abril de 2013
Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem - Capítulo Oitavo
PRÁTICAS PARTICULARES DESTA DEVOÇÃO
Artigo Primeiro
Práticas exteriores
226. Embora o essencial desta Devoção consista no interior,
não deixa de compreender várias práticas exteriores, que
não se devem negligenciar. “É preciso fazer estas coisas, mas
sem omitir aquelas” (Mt 23, 23). A razão disto esclarece-se,
quer porque as práticas exteriores bem feitas ajudam as interiores,
quer porque lembram ao homem, que sempre se guia
pelos sentidos, o que está fazendo ou o que deve fazer. Também
podem edificar os que as vêem, o que não sucede com as
puramente interiores. Portanto, que nenhum mundano critique,
nem aqui meta o nariz, para dizer que a Verdadeira Devoção
reside no coração, que é preciso evitar as exterioridades,
que pode haver nisso vaidade, que é preciso ocultar a devoção,
etc. Respondo-lhes com o meu Mestre: “Que os homens
vejam as vossas obras boas, e glorifiquem o vosso Pai que
está nos céus” (Mt 5, 16). Não que se devem fazer as ações e
devoções exteriores, como diz São Gregório, para agradar aos
homens e tirar daí algum motivo de louvor, pois isso seria
vaidade. Mas por vezes fazem-se diante dos homens com o
fim de agradar a Deus e de, por este meio, o fazer glorificar,
sem a preocupação do desprezo ou louvor dos homens. Mencionarei
apenas, em resumo, algumas práticas exteriores, a
que chamo exteriores não porque sejam feitas sem o interior,
mas porque têm qualquer coisa de exterior, que as distingue
das que são puramente interiores.
I. Consagração depois dos exercícios preparatórios
227. Primeira prática. Esta Devoção particular da entrega
total não está erigida em confraria, embora isso fosse de desejar
(atualmente já está). Ora, aqueles e aquelas que quiserem
seguir esta Devoção, primeiro empregarão pelo menos
doze dias a esvaziar-se do espírito do mundo, contrário ao de
Jesus Cristo, conforme já disse na primeira parte desta preparação
para o Reino de Jesus Cristo. Depois empregarão três
semanas em encher-se de Jesus Cristo, por meio da Santíssima
Virgem. Eis a ordem que se pode observar:
228. Durante a primeira semana, aplicarão todas as suas
orações e atos de piedade para pedir o conhecimento de si
mesmos e a contrição de seus pecados; farão tudo em espírito
de humildade. Para isso poderão, se quiserem, meditar no
que eu disse sobre o nosso fundo mau (nn. 78-79), e considerar-
se durante os dias dessa semana como caracóis, lesmas,
sapos, porcos, serpentes, bodes. Ou meditem estas três palavras
de São Bernardo: “Pensa no que foste, um pouco de lama;
no que és, um vaso de estrume; no que serás, alimento de
vermes!” Pedirão a Nosso Senhor, e ao divino Espírito Santo
que os esclareça, repetindo as palavras: “Senhor, que eu veja!”
(Lc 18, 41). Ou: “Que eu me conheça!” Ou: “Vinde, Espírito
Santo!” Rezarão todos os dias a ladainha do Espírito Santo e
a oração que se lhe segue. Recorrerão à Santíssima Virgem,
pedindo-lhe esta grande graça, que deve ser o fundamento de
todas as outras. Para isso dirão todos os dias o “Ave Maris
Stella” e a ladainha de Nossa Senhora.
229. Na segunda semana aplicar-se-ão, em todas as orações
e obras de cada dia, a conhecer a Santíssima Virgem. Pedirão
este conhecimento ao Espírito Santo, podendo ler e meditar o
que sobre isto dissemos. Rezarão, como na primeira semana, a
ladainha do Espírito Santo e o “Ave Maris Stella” ajuntando um
Rosário cada dia, ou pelo menos um Terço, por esta intenção.
230. Empregarão a terceira semana em conhecer Jesus Cristo.
Poderão ler e meditar o que a este respeito dissemos, e ler
a oração de Santo Agostinho, que vem no princípio desta segunda
parte (n. 67). Poderão dizer e repetir, com o mesmo
santo, mil e mil vezes ao dia: “Senhor, que eu Vos conheça!”
Ou então: “Senhor, fazei que eu veja quem sois Vós!” Rezarão,
como nas semanas precedentes, a ladainha do Espírito
Santo e o “Ave Maris Stella”, e acrescentarão todos os dias a
ladainha do Santíssimo Nome de Jesus.
231. No fim dessas três semanas confessar-se-ão e comungarão
com a intenção de se darem a Jesus Cristo na qualidade
de escravos de amor, pelas mãos de Maria. E depois da comunhão,
que se esforçarão por fazer segundo o método abaixo
indicado (n. 266), dirão a fórmula da consagração, que também
acharão mais adiante. Deverão escrevê-la ou mandá-la
escrever, se não estiver impressa, e assiná-la no mesmo dia
em que a fizerem.
232. Será bom que nesse dia paguem algum tributo a Jesus
Cristo e a sua Santíssima Mãe, quer como penitência da sua
passada infidelidade às promessas do Batismo, quer para protestar
a sua dependência do domínio de Jesus e Maria. Esse
tributo será segundo a devoção e a capacidade de cada um.
Poderá ser um jejum, uma mortificação, uma esmola, uma
vela. Ainda mesmo que não dessem mais que a homenagem
de um alfinete, mas de todo o coração, isso bastaria, pois Jesus
só olha a boa vontade.
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233. Uma vez por ano, pelo menos, renovarão a mesma consagração,
no mesmo dia em que a fizeram, observando as mesmas
práticas durante três semanas. E poderão até mesmo renovar tudo o
que fizeram todos os meses, e mesmo todos os dias, com estas breves
palavras: “Eu sou todo Vosso e tudo o que tenho Vos pertence, ó
meu amável Jesus, por Maria, Vossa Santa Mãe!” (n. 266).
II. A Coroinha da Santíssima Virgem
234. Segunda prática. Rezarão todos os dias de sua vida,
mas sem a isso se obrigarem, a coroinha da Santíssima Virgem.
Esta compõe-se de três Pai-Nossos e doze Ave-Marias,
em honra dos doze privilégios e grandezas da Santíssima Virgem.
Esta prática é muito antiga e fundamenta-se na Sagrada
Escritura. São João viu uma mulher coroada de doze estrelas,
vestida de Sol e tendo a Lua debaixo dos pés (Ap 12, 1). Segundo
os intérpretes, essa mulher é a Santíssima Virgem.
235. Há várias maneiras de recitar bem esta coroinha, e seria
demasiado longo mencioná-las. O Espírito Santo as ensinará
aos que forem mais fiéis a esta Devoção. Entretanto, para
rezá-la em sua forma mais simples dir-se-á ao começar:
“Dignai-Vos conceder-me que Vos louve, ó Virgem Sagrada,
dai-me virtude contra os Vossos inimigos!” Em seguida rezase
o Credo, depois um Pai-Nosso, quatro Ave-Marias e um
Glória ao Pai; e novamente um Pai-Nosso, quatro Ave-Marias
e um Glória ao Pai, e assim por diante. No fim se dirá:
“Sob a Vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de
Deus; não desprezeis as nossa súplicas em nossa necessidades;
mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem Gloriosa
e Bendita!”
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III. Uso das Cadeiazinhas
236. Terceira prática. É muito louvável, muito glorioso e
útil para aqueles e aquelas que assim se fazem escravos de
Jesus em Maria, que usem umas cadeiazinhas de ferro. Estas
ser-lhes-ão um sinal da sua Escravidão de Amor, e serão bentas
com uma bênção própria. Estes sinais exteriores não são,
na verdade, tão essenciais, e uma pessoa pode passar bem
sem eles, embora se tenha abraçado a esta Devoção. Mas os
escravos de amor sacudiram as cadeias vergonhosas da escravidão
do demônio, a que o pecado original e talvez os pecados
atuais os tinham reduzido. Por isso não posso deixar de
louvar aqueles e aquelas que se sujeitaram voluntariamente à
gloriosa escravidão de Jesus Cristo, e se gloriam, com São
Paulo, de estar em cadeias por amor de Jesus Cristo (Ef 3, 1).
Estas cadeias são mil vezes mais preciosas, embora de ferro e
sem brilho algum, que todos os colares de ouro dos imperadores.
237. Ainda que outrora não houvesse nada de mais difamante
do que a Cruz, no presente é esse madeiro o que há de mais
glorioso no Cristianismo. O mesmo se diga dos ferros da escravidão.
Entre os antigos e, mesmo hoje, entre os pagãos,
nada há de mais ignominioso. Mas para os cristãos não há
nada mais ilustre do que essas cadeias de Jesus Cristo. Elas
livram-nos e preservam-nos dos infames laços do pecado e
do demônio. Colocam-nos em liberdade e ligam-nos a Jesus e
a Maria, não por imposição e por força como se faz a forçados,
mas por caridade e amor, como a filhos. “Atrai-los-ei
com cadeias de caridade”, diz Deus pela boca dum profeta
(Os 11, 4) . Estas cadeias são, por conseguinte, fortes como a
morte, e, de certo modo, mais fortes ainda nas pessoas que
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forem fiéis em usar estes gloriosos sinais até a morte. Pois,
embora a morte destrua seus corpos, reduzindo-os à podridão,
não destruirá esses laços da sua escravidão, já que sendo
de ferro, não se corrompem facilmente. E talvez no dia da
ressurreição da carne, no grande momento do juízo final, essas
cadeias, que lhes ligarão ainda os ossos, constituam parte
da sua glória e sejam transformadas em gloriosas cadeias de
luz. Felizes, portanto, mil vezes felizes, os ilustres escravos
de Jesus em Maria, que usarem estas cadeias até a sepultura!
238. Eis as razões por que se usam estas cadeiazinhas:
A primeira razão é para que o cristão se lembre dos
votos e promessas do seu Batismo; para que se recorde da
renovação perfeita que deles fez, por meio desta Devoção, e
da estreita obrigação em que está de lhes ser fiel. O homem
conduz-se, muitas vezes, mais pelos sentidos do que pela fé
pura, e esquece-se facilmente das suas obrigações para com
Deus, se não houver qualquer coisa exterior que lhas faça
lembrar. Ora, estas cadeiazinhas servem maravilhosamente
para lembrar ao cristão as cadeias do pecado e da escravidão
do demônio, de que o Batismo o livrou. Lembram também a
dependência de Jesus Cristo em que o homem se colocou
pelo Santo Batismo, bem como a ratificação que dela fez ao
renovar as suas promessas. Uma das razões por que tão poucos
cristãos pensam nas promessas do seu Santo Batismo e
vivem tão livremente como se nada tivessem prometido a
Deus, como os pagãos, é que não trazem nenhum sinal exterior
que os faça lembrar disso.
239. A segunda razão é para mostrar que não nos envergonhamos
de ser escravos e servos de Jesus Cristo, e que renunciamos
à funesta escravidão do mundo, do pecado e do demônio.
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Uma outra razão é para servirem de garantia e preservação
contra as cadeias do pecado e do demônio. Pois temos
de trazer ou as cadeias da iniquidade, ou as cadeias da caridade
e da salvação.
240. Ah! Meu querido irmão, quebremos as cadeias do pecado
e dos pecadores, do mundo e dos mundanos, do demônio
e dos seus sequazes, e “lancemos para longe de nós o seu
jugo funesto” (Sl 2, 3). Para me servir das palavras do Espírito
Santo: “Ponhamos os pés nos Seus gloriosos ferros, e o
pescoço nos Seus grilhões” (Eclo 6, 25). “Curvando os ombros,
levemos a Sabedoria, que é Jesus Cristo, sem aborrecermos
as suas cadeias” (Eclo 6, 26). Note-se que antes de
dizer estas palavras, o Espírito Santo vai preparando a alma,
para que não venha a rejeitar este importante conselho. Eis as
suas palavras: “Ouve, meu filho, e recebe um conselho de
sabedoria, e não rejeites o meu conselho (Eclo 6, 24).
241. Permite-me, meu querido amigo, que eu me una ao Espírito
Santo, para te dar o mesmo conselho: “As suas cadeias
são cadeias de salvação” (Eclo 6, 31). Jesus Cristo, do alto
da Cruz, deve atrair tudo a si, livre ou forçadamente. Ele atrairá
os réprobos com as cadeias de seus pecados a fim de os
acorrentar, como forçados e demônios, à sua ira eterna e à sua
justiça vingadora. Mas atrairá particularmente nestes últimos
tempos, os predestinados, com cadeias de caridade: “Atrairei
tudo a Mim” (Jo 12, 32). “Hei de atraí-los com cadeias e
vínculos de caridade” (Os 11, 4).
242. Estes escravos de amor de Jesus Cristo, estes prisioneiros
de Jesus Cristo, podem usar as cadeias ao pescoço, nos
braços, à cintura ou nos pés. O Padre Vicente Caraffa, sétimo
Geral da Companhia de Jesus, que faleceu em odor de santi-
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dade em 1643, trazia uma argola de ferro nos pés, como sinal
da sua servidão, e dizia que lamentava não poder arrastar publicamente
as suas cadeias. A Madre Inês de Jesus, de quem
já falamos, usava uma corrente de ferro em volta da cintura.
Alguns outros usaram-na ao pescoço, como penitência pelos
colares de pérolas que tinham trazido no mundo. Outros ainda
usaram-na nos braços, para se lembrarem, nos seus trabalhos
manuais, de que eram escravos de Jesus Cristo.
IV. Culto especial ao Mistério da Encarnação
243. Quarta prática. Terão especial devoção ao grande mistério
da Encarnação do Verbo, celebrado no dia 25 de março.
É o mistério próprio desta Devoção, visto que ela foi inspirada
pelo Espírito Santo:
1º. Para honrar e imitar a inefável dependência que o
Filho de Deus quis ter de Maria, para glória de seu Pai e
para nossa salvação. Esta dependência manifesta-se duma
maneira particular neste mistério, em que Jesus Cristo está
cativo e escravo no seio de Maria Santíssima, e onde depende
d'Ela em todas as coisas.
2º. Para agradecer a Deus as graças incomparáveis
que deu a Maria e, particularmente, por a ter escolhido para
sua tão digna Mãe, escolha que se realizou neste mistério.
Estes são os dois fins principais da escravidão de Jesus
Cristo em Maria.
244. Nota, por favor, que eu digo, habitualmente, escravo
de Jesus em Maria, escravidão de Jesus em Maria. Pode-se
realmente dizer, como muitos o fizeram até aqui, escravo de
Maria, escravidão de Maria. Mas parece-me preferível dizer
escravo de Jesus em Maria. Como aconselhava o Padre
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Tronson, Superior Geral do Seminário de São Sulpício, célebre
por sua rara prudência e piedade consumada. Foi assim
que aconselhou um sacerdote que o consultou sobre este assunto.
E as razões de tal proceder são as seguintes:
245. 1ª. Estamos num século orgulhoso, em que abundam
os sábios soberbos, os espíritos fortes e críticos, que acham o
que criticar nas práticas de piedade mais fundadas e mais sólidas.
A fim de não lhes fornecer, sem necessidade, um pretexto
de crítica, vale mais dizer escravidão de Jesus Cristo
em Maria, e dizer-se escravo de Jesus Cristo do que escravo
de Maria. Assim denomina-se esta Devoção mais de acordo
com o seu fim último, que é Jesus Cristo, do que com o caminho
e meio para lá chegar, que é Maria. Apesar disso, podemos,
na verdade, usar sem escrúpulos ambas as denominações,
como eu mesmo faço. Por exemplo, um homem que vai
de Orleans a Tours pelo caminho de Amboise pode muito bem
dizer que vai a Amboise, e que vai a Tours; que é viajante
para Amboise e para Tours. No entanto, a diferença é que
Amboise é apenas o caminho direto para ir a Tours, e que só
Tours é o seu fim último e o termo da sua viagem.
246. 2ª. O principal mistério que se celebra e honra nesta
Devoção é o mistério da Encarnação, no qual se pode ver
Jesus em Maria, encarnado no seu seio. Por isso vem mais a
propósito dizer escravidão de Jesus em Maria. Jesus habitando
e reinando em Maria, conforme a bela oração de tantos
homens célebres:
“Ó Jesus, que viveis em Maria, vinde e vivei em Vossos
servos, no espírito da Vossa Santidade, na Plenitude de
Vossa Força, na Perfeição de Vossas Vias, na Verdade de Vos-
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sas Virtudes, na Comunhão de Vossos Mistérios, dominai sobre
toda a potestade inimiga, em Vosso Espírito para a Glória
do Pai. Amém.”
247. Este modo de falar mostra mais claramente a íntima
união que existe entre Jesus e Maria. Estão unidos tão intimamente
que um está todo no outro: Jesus todo em Maria e Maria
toda em Jesus. Ou antes, Ela já não existe: é Jesus que é tudo
n'Ela. Seria mais fácil separar do Sol a sua luz, que Maria de
Jesus. Pelo que se pode chamar a Nosso Senhor, Jesus de
Maria, e à Santíssima Virgem, Maria de Jesus.
248. O tempo não permite deter-me aqui para explicar as
excelências e grandezas deste mistério de Jesus vivendo e reinando
em Maria, ou da Encarnação do Verbo. Por isso contento-
me com dizer, em duas palavras, que este é o primeiro
dos mistérios de Jesus Cristo, o mais oculto, o mais elevado e
o menos conhecido. Foi neste mistério que Jesus escolheu
todos os eleitos com a colaboração de Maria, escondido no
seu seio, que por isso é chamado pelos santos de “A Sala dos
Segredos Divinos”. Foi neste mistério que Jesus operou todos
os mistérios que depois se seguiram na sua vida, pela
aceitação que deles fez. “Jesus, entrando no mundo, disse:
Eis que venho para fazer a tua vontade, ó Deus” (Hb 10, 5-
9). Por conseguinte, este mistério é um resumo de todos os
outros; encerra a vontade e a graça de todos.
Finalmente é o Trono da Misericórdia, da Liberalidade
e da Glória de Deus.
Trono da sua Misericórdia para nós, pois só podemos
nos aproximar de Jesus por meio de Maria, bem como só podemos
vê-lo e falar-lhe por intermédio de Maria. Jesus, que
atende sempre à sua querida Mãe, concede neste mistério sua
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graça e misericórdia aos pobres pecadores. “Vamos, pois, com
confiança, ao trono da graça” (Hb 4, 16).
É ainda o Trono da sua Liberalidade para com Maria,
pois, enquanto o Novo Adão permaneceu neste verdadeiro
Paraíso Terrestre, operou tantas maravilhas escondidas, que
nem os anjos nem os homens as podem compreender. É por
isso que os santos chamam Maria de a Magnificência de Deus,
como se Deus só em Maria fosse Magnífico (Is 33, 21).
É também o Trono da sua Glória para o Pai celeste,
pois foi em Maria que Jesus Cristo aplacou perfeitamente seu
Pai, irritado com os homens. Foi n'Ela que Jesus reparou cabalmente
a glória que o pecado lhe tinha roubado. No sacrifício
que fez da sua vontade e de si mesmo, Jesus deu mais
glória a Deus do que jamais lhe teriam dado todos os sacrifícios
da Antiga Lei. Enfim, foi em Maria que Jesus deu ao Pai
uma glória infinita, que jamais havia recebido do homem.
V. Grande Devoção pela Ave-Maria e pelo Rosário
249. Quinta prática. Terão muita devoção em rezar a Ave-
Maria, ou Saudação Angélica. Poucos cristãos, embora esclarecidos,
conhecem o valor, o mérito, a excelência e a necessidade
desta oração. Foi preciso que a Santíssima Virgem aparecesse
repetidas vezes a grandes santos muito esclarecidos, como
São Domingos, São João Capistrano, o bem-aventurado Alano
da Rocha, para lhes mostrar o mérito desta oração. Compuseram
grossos volumes sobre as maravilhas da sua eficácia na conversão
das almas. Publicaram altamente e pregaram publicamente
que, tendo a salvação do mundo começando pela Ave-Maria, a salvação
de cada alma em particular está ligada a esta oração.
Foi esta oração que fez dar à Terra seca e estéril o fruto
da vida, e é esta mesma oração que, rezada com devoção,
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deve fazer germinar nas nossas almas a Palavra de Deus, e
fazer brotar o fruto de vida, que é Jesus Cristo. Disseram ainda
que a Ave-Maria é um celeste orvalho que rega a Terra,
isto é, a alma, para lhe fazer produzir fruto a seu tempo. E a
alma que não for regada por esta oração ou orvalho celeste
não dará fruto, mas apenas sarças e espinhos, não estando
longe de ser amaldiçoada.
250. Eis o que a Santíssima Virgem revelou ao Bem-aventurado
Alano da Rocha, conforme é referido no seu livro “De
dignitate Rosarii”, e depois citado por Cartagena. “Fica sabendo,
meu filho, e fá-lo saber a todos, que um sinal provável
e próximo de condenação eterna é ter aversão, tibieza e negligência
em rezar a Saudação Angélica, que salvou todo o
mundo”. Palavras tão consoladoras quão terríveis, que dificilmente
se acreditariam se não tivéssemos esse santo por garantia
e, antes dele, São Domingos, e depois muitos outros
grandes personagens, com a experiência de muitos séculos.
Efetivamente, sempre se verificou que os que trazem o sinal
da condenação, como todos os hereges, os ímpios, os orgulhosos
e os mundanos odeiam e desprezam a Ave-Maria e o
Terço.
Os hereges ainda aprendem e rezam o Pai-Nosso, mas
não a Ave-Maria, nem o Terço. Têm-lhes horror; preferiam
trazer consigo uma serpente a um Terço. Os orgulhosos, embora
católicos, como têm as mesmas inclinações que seu pai
Lúcifer, também desprezam ou votam indiferença à Ave-Maria,
considerando o Terço como uma devoção para efeminados,
própria para ignorantes e analfabetos. Pelo contrário, a experiência
tem mostrado que aqueles e aquelas que apresentam
grandes sinais de predestinação amam, saboreiam e rezam com
prazer a Ave-Maria, e que quanto mais são de Deus, tanto
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mais gostam desta oração. Foi o que disse a Santíssima Virgem
ao bem-aventurado Alano, depois das palavras que acabo
de citar.
251. Não sei como isto se faz nem por quê, mas não deixa
de ser uma realidade: não tenho melhor segredo para conhecer
se uma pessoa é de Deus, do que ver se ela gosta de rezar
a Ave-Maria e o Terço. E digo gosta, porque pode acontecer
que uma pessoa esteja na impossibilidade natural ou mesmo
sobrenatural de a rezar, mas sempre gosta e a inspira aos outros.
252. Almas predestinadas, escravas de Jesus em Maria, ficai
sabendo que a Ave-Maria é a mais bela de todas as orações,
depois do Pai-Nosso. É a saudação mais perfeita que podemos
dirigir a Maria, porque é a que o Altíssimo lhe transmitiu
por um Arcanjo, a fim de lhe ganhar o Coração. E foi tão
poderosa, pelos encantos secretos de que está cheia, que Maria
consentiu na Encarnação do Verbo, apesar da sua profunda
humildade. Será também por meio desta saudação que lhe ganharemos
infalivelmente o Coração, se a dissermos como convém.
253. A Ave-Maria bem rezada, isto é, rezada com atenção,
devoção e modéstia, segundo os santos, é a adversária que
põe o demônio em fuga e o martelo que o esmaga; é a
santificação da alma, a alegria dos anjos, a melodia dos predestinados,
o cântico do Novo Testamento, o gozo de Maria e
a glória da Santíssima Trindade. A Ave-Maria é um orvalho
do Céu, que torna a alma fecunda; é um beijo puro e amoroso
que se dá a Maria; é uma rosa vermelha que se lhe apresenta,
uma pérola preciosa que se lhe oferece, é um pouco de
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A Ave-Maria é um orvalho celeste que molha a terra,
isto é, a nossa alma, para que dê frutos no seu devido tempo.
Uma alma não irrigada pelo orvalho celeste dessa oração
não traz nenhum fruto, mas somente tribulação e espinhos,
e está próxima de ser amaldiçoada.
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ambrosia e de néctar divino que se lhe dá. Todas estas comparações
são dos santos.
254. Peço-te instantemente, pelo amor que te tenho em Jesus
e Maria, que não te contentes com rezar a coroinha de
Nossa Senhora, mas que rezes o Terço cada dia, e mesmo, se
tiveres tempo, o Rosário quotidiano. Se o fizeres, bendirás na
hora da morte o dia e o momento em que me acreditaste. Depois
de teres semeado nas bênçãos de Jesus e Maria, recolherás
bênçãos eternas no Céu: “Aquele que semeia nas bênçãos,
bênçãos recolherá também” (2 Cor 9, 6).
VI. O Magnificat
255. Sexta Prática. Para agradecer a Deus as graças que
concedeu à Santíssima Virgem, as almas escolhidas dirão
muitas vezes o Magnificat, a exemplo da Bem-aventurada
Maria de Doignies e de vários outros santos. É a única oração
e a única composição da Santíssima Virgem, ou, antes, que
Jesus compôs n'Ela, pois Ele falava pela sua boca. Este é o
maior sacrifício de louvor que Deus recebeu na lei da graça.
Por um lado, é o mais humilde e reconhecido, por outro, o
mais sublime e elevado de todos os cânticos. Há nele mistérios
tão grandes e escondidos que os anjos os ignoram.
Gerson, doutor muito piedoso e sábio, gastou uma parte
da vida a compor tratados, plenos de erudição e piedade,
sobre os mais difíceis temas. Mas foi só depois, no fim da
vida, que empreendeu, a tremer, a explicação do Magnificat,
para assim coroar todas as suas obras. Diz-nos, num volume
in-fólio, que sobre ele compôs, coisas admiráveis do belo e divino
cântico. Entre outras coisas, ele diz que a própria Santíssima
Virgem o recitava muitas vezes, particularmente depois da Sa-
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grada Comunhão, em ação de graças.
O erudito Benzônio, explicando também o Magnificat,
conta muitos milagres operados pela sua virtude. Diz que os
demônios tremem e se põem em fuga quando ouvem as palavras:
“Manifestou o poder do seu braço e confundiu os soberbos
nos pensamentos de seus corações” (Lc 1, 51).
VII. O desprezo do mundo
256. Sétima prática. Os fiéis servidores de Maria devem desprezar,
odiar e fugir muito do mundo corrupto, e servir-se das
práticas de desprezo do mundo, que indicamos na primeira
parte.
Artigo Segundo
Práticas particulares e interiores
para os que desejam vir a ser perfeitos
257. As práticas exteriores desta Devoção, que acabo de referir,
não devem omitir-se por negligência ou desprezo, na
proporção em que o estado e a condição de cada um o permitem.
Mas além destas práticas exteriores há ainda práticas
interiores, muito santificantes para aqueles que o Espírito Santo
chama a uma alta perfeição. Consistem, numa palavra, em
fazer todas as ações por Maria, com Maria, em Maria e para
Maria, a fim de mais perfeitamente as fazer por Jesus Cristo,
com Jesus Cristo, em Jesus e para Jesus.
I. Fazer tudo por Maria
258. É necessário fazer todas as ações por meio de Maria, o
que equivale a dizer que devemos obedecer em tudo à
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Santíssima Virgem, e conduzir-nos em tudo pelo seu espírito,
que é o Espírito Santo de Deus. “Aqueles que são conduzidos
pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus” (Rm 8, 14). Aqueles
que são conduzidos pelo espírito de Maria são filhos de
Maria e, por conseguinte, filhos de Deus, como já mostramos
(nn. 29-30). E entre tantos devotos da Santíssima Virgem, os
devotos verdadeiros e fiéis são somente aqueles que se deixam
conduzir pelo seu espírito. Eu disse que o espírito de
Maria era o Espírito de Deus, porque Ela nunca se conduziu
pelo seu próprio espírito, mas sempre pelo de Deus, o qual
d'Ela tomou posse, de tal modo, que passou a ser o seu próprio
espírito. É por isso que Santo Ambrósio diz: “Que a alma
de Maria esteja em cada um para glorificar o Senhor; que o
espírito de Maria esteja em cada um para se alegrar em
Deus”.
Como é feliz uma alma quando - a exemplo de um bom
irmão jesuíta, chamado Rodriguez e falecido em odor de santidade
- ela é toda governada e possuída pelo espírito de Maria,
que é um espírito suave e forte, zeloso e prudente, humilde,
corajoso, puro e fecundo!
259. A fim de que uma alma se deixe conduzir por este espírito
de Maria é preciso:
1º. Renunciar ao seu próprio espírito, às suas próprias
luzes e vontades antes de fazer qualquer coisa, por exemplo,
antes de fazer oração, de celebrar ou assistir à Santa Missa,
antes de comungar etc. Porque as trevas do nosso espírito
próprio e a malícia da nossa vontade e obras poriam obstáculo
ao santo espírito de Maria, se as seguíssemos, embora nos
parecessem boas.
2º. Entregar-se ao espírito de Maria para ser movida e
conduzida do modo que Ela quiser. Temos de nos pôr e nos
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abandonar nas suas mãos virginais, como um instrumento nas
mãos do artífice, como uma cítara nas mãos dum bom músico.
É preciso perder-se e entregar-se a Ela, como uma pedra
que se atira ao mar, o que se faz tão simplesmente, num instante,
por um olhar do espírito, um pequeno movimento da
vontade, ou verbalmente, dizendo por exemplo: “Renuncio a
mim mesmo e dou-me a Vós, ó minha querida mãe!” E ainda
que não se experimente qualquer doçura sensível neste ato de
união, ele não deixa de ser verdadeiro, assim como se alguém
dissesse, o que Deus não permita: “Dou-me ao demônio”; se
o dissesse com sinceridade, embora sem qualquer mudança
sensível, não seria menos realmente do demônio.
3º. Renovar este mesmo ato de oferecimento e de união,
de tempos a tempos, durante a ação ou depois dela. Quanto
mais o repetir tanto mais depressa a alma se santificará e mais
depressa chegará à união com Jesus Cristo, pois esta segue-se
sempre à união com Maria, visto o espírito de Maria ser o de
Jesus.
II. Fazer tudo com Maria
260. É necessário fazer todas as ações com Maria. Para isso
devemos pôr os olhos n'Ela, em todas as nossas ações, como
no modelo acabado de toda a virtude e perfeição. É o modelo
formado pelo Espírito Santo numa simples criatura, para nós
o imitarmos, na medida das nossas limitadas forças. É preciso,
portanto, que consideremos, em cada ação, o modo com o
qual Maria a fez ou faria se estivesse no nosso lugar.
Para isso devemos examinar e meditar as grandes virtudes
que Ela praticou durante a vida, particularmente:
1º. A sua Fé viva, pela qual acreditou, sem hesitar, na
palavra do anjo. Acreditou fielmente, constantemente, até o pé
da Cruz, no Calvário;
177 -
2º. A sua Humildade profunda, que a fez esconder-se,
calar-se, submeter-se a tudo e pôr-se no último lugar;
3º. A sua Pureza toda divina, que não teve nem jamais
terá igual sob o Céu. Enfim, todas as suas demais virtudes (n.
108).
Lembremo-nos, torno a repetir, que Maria é a grande
e a única Fôrma de Deus (nn. 218-221), própria para formar
imagens de Deus, facilmente e em pouco tempo. Uma alma
que achou deveras esta Fôrma e n'Ela se perdeu, em breve se
transformará em Jesus Cristo, que este molde representa ao
natural.
III. Fazer tudo em Maria
261. É necessário fazer todas as ações em Maria. Para bem
compreender esta prática, é preciso saber que a Santíssima
Virgem é o verdadeiro Paraíso Terrestre do Novo Adão, e que
o antigo paraíso não era mais que a sua imagem. Pois há neste
Paraíso Terrestre riquezas, belezas, raridades e doçuras
inexplicáveis, que o Novo Adão, Jesus Cristo, aí deixou. Neste
paraíso Ele achou as suas delícias durante nove meses, operou
as suas maravilhas e ostentou as suas riquezas com a
magnificência de um Deus. Este Lugar Santo não é composto
senão de uma terra virgem e imaculada, da qual foi formado e
se alimentou o Novo Adão, sem qualquer nódoa ou mancha,
pela operação do Espírito Santo que aí habita. É neste Paraíso
Terrestre que está verdadeiramente a árvore da vida, que produziu
Jesus Cristo, o fruto da vida; a árvore da ciência do
bem e do mal, que deu a luz ao mundo. Há neste lugar divino
árvores plantadas pela mão de Deus e regadas com a sua unção
divina, que produziram e produzem ainda, cada dia, frutos
de um sabor divino. Há canteiros esmaltados de belas e
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variadas flores de virtudes, exalando aroma que perfuma os
próprios anjos. Há nele prados verdes de esperança, torres
inexpugnáveis de força, casas encantadoras de confiança etc.
A não ser o Espírito Santo, não há quem possa dar a conhecer
a verdade escondida sob estas imagens de coisas materiais.
Respira-se neste lugar o ar puro e incontaminado de pureza;
nele brilha o dia belo e sem mancha da santa humanidade;
irradia o Sol jucundo e sem sombras da Divindade; arde a
fornalha ardente e contínua da Caridade, em que todo ferro
que é lançado abrasa-se, transformando-se em ouro; nele há
um rio de humildade, que brota da Terra, e, dividindo-se em
quatro braços, banha este lugar encantado: são as quatro virtudes
cardeais (Gn 2, 8-10; n. 6).
262. O Espírito Santo, pela boca dos Santos Padres, também
chama a Santíssima Virgem de:
1º. A Porta Oriental, por onde o grande sacerdote Jesus
Cristo entra e sai do mundo (Ez 44, 2-3): Por Ela entrou a
primeira vez, por Ela virá a segunda vez;
2º. O Santuário da Divindade, o Repouso da Trindade
Santíssima, o Trono de Deus, a Cidade de Deus, o Altar de
Deus, o Templo de Deus, o Mundo de Deus. Todos estes diferentes
epítetos e louvores são muito verdadeiros, atendendo
às diversas maravilhas e graças que o Altíssimo operou em
Maria.
Oh! Que riquezas! Oh! Que glória! Oh! Que prazer!
Oh! Que felicidade poder entrar e permanecer em Maria, onde
o Altíssimo colocou o Trono da sua Glória Suprema!
263. Mas como é difícil a pecadores como nós obter permissão
e ter capacidade e luz para entrar neste lugar. Pois é
tão alto e tão santo que é guardado, não por um querubim,
179 -
como o antigo Paraíso Terrestre (Gn 3, 24), mas pelo próprio
Espírito Santo, que se tornou seu Senhor absoluto. Por isso
Ele diz a respeito de Maria: “Tu és um jardim fechado, ó
minha irmã e esposa, tu és um jardim fechado e uma fonte
selada” (Ct 4, 12). Maria está fechada e selada. Os miseráveis
filhos de Adão e Eva, expulsos do Paraíso Terrestre,
não podem entrar neste, senão por uma graça particular
do Espírito Santo, graça que devem merecer.
264. Quando, pela fidelidade, se obteve esta insigne graça,
é preciso permanecer no interior de Maria, todo cheio de beleza.
É preciso ficar lá com complacência, descansar em paz,
apoiar-se confiadamente, esconder-se com segurança e perder-
se sem reservas. O resultado será que, neste seio virginal:
1º. A alma será nutrida pelo leite da sua graça e da sua
misericórdia maternal;
2º. Será libertada das suas perturbações, temores e escrúpulos;
3º. Estará em segurança contra todos os seus inimigos:
o demônio, o mundo e o pecado, que n'Ela jamais entraram.
Por isso Maria diz: “Os que em mim operam, não pecarão”
(Eclo 24, 30). Isto é, os que em espírito permanecem na
Santíssima Virgem não cometerão pecados consideráveis;
4º. Será formada em Jesus Cristo e Jesus Cristo nela,
Pois o seio de Maria é, como dizem os Santos Padres, a Sala
dos Sacramentos Divinos (n. 248), onde Jesus Cristo e todos
os eleitos foram formados: “Um homem e um homem nasceu
d'Ela” (Sl 86, 5; n. 32).
IV. Fazer tudo para Maria
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265. Devemos, finalmente, fazer todas as ações para Maria.
Pois, visto que nos entregamos totalmente ao seu serviço,
é justo que façamos tudo por Ela, como um criado, um servo,
um escravo. Não que a tomemos como fim último dos nossos
serviços, pois só Jesus Cristo o é. Mas tomamo-la como fim
próximo, como meio misterioso e fácil para ir a Ele.
Como bons servos e escravos, não devemos ficar ociosos,
mas é preciso que, apoiados na sua proteção, empreendamos
e realizemos grandes coisas para esta augusta Soberana.
É preciso defender os Seus privilégios, quando lhos disputam,
e sustentar a sua glória, quando a atacam. É preciso atrair
todo o mundo, se for possível, ao seu serviço, e a esta Verdadeira
e Sólida Devoção. É preciso falar e clamar contra os
que abusam da sua Devoção para ultrajar seu Filho, e, ao
mesmo tempo, estabelecer esta Verdadeira Devoção. É preciso
pretender apenas, como recompensa destes pequenos serviços,
a honra de pertencer a tão amável Princesa, a felicidade
de sermos por Ela unidos a Jesus, seu Filho, com um laço
indissolúvel, no tempo e na eternidade.
São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem
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