quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Comentário ao Evangelho do dia (19/12) feito por São Gregório de Palamas

Monge, bispo e teólogo
Homilia 40
                            «Reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus»
Toda a vida do «maior entre os nascidos de mulher» (Mt 11,11) é o milagre dos milagres. E não se trata apenas da vida inteira de João, profeta (Mt 11,9) já antes de ter nascido (Lc 1,44) e o maior dos profetas. Também tudo o que acontece antes do seu nascimento e depois da sua morte ultrapassa todos os milagres. Com efeito, as predições dos profetas a seu respeito, inspiradas por Deus, descrevem-no não como um homem mas como um anjo, como uma chama brilhante, como a estrela da manhã (Nm 24,17) difundindo a luz divina — pois ele precede o Sol da justiça (Ml 3,20) — e como a voz do próprio Verbo de Deus. Ora existirá algo mais próximo do Verbo de Deus do que a voz de Deus?


Quando se aproximava o momento da sua concepção, não foi um homem mas um anjo que desceu do céu para pôr fim à esterilidade de Zacarias e Isabel. [...] Ele predisse que o nascimento desta criança seria causa de grande alegria, pois anunciaria a salvação de todos os homens: «Pois ele será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem bebida alcoólica; será cheio do Espírito Santo já desde o ventre da sua mãe e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.[...] Irá à frente, diante do Senhor, com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1, 15.17). Com efeito, João será virgem como Elias (1Rs 18,18), sobretudo porque virá a ser o precursor de Deus: «Irá à frente, diante do Senhor» (Lc 1,17; Ml 3,1). [...]


Vivia só para Deus, atento somente a Deus, tendo a sua alegria em Deus. Vivia, portanto, num sítio isolado, como foi dito: «E vivia em lugares desertos (Is 40,3), até ao dia da sua apresentação a Israel» (Lc 1,80). Tal como, nesses tempos, o Senhor, levado pelo Seu imenso amor, desceu do céu por nós que éramos pecadores, também João, nessa mesma altura, saiu do deserto por nós, de forma a ajudar à realização desse desígnio de amor (Za 3,8, Septuaginta). Porque, para servir o Deus de bondade no Seu extraordinário abaixamento até junto dos homens que estavam mergulhados no abismo do mal (1Rs 21,20), era preciso um homem de virtude inigualável como João (Mc 6,18).

Créditos: Evangelho Quotidiano

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