quarta-feira, 12 de novembro de 2014

É uma entrega na totalidade - São Luís Maria Grignion de Montfort


                
 
                Consiste em consagrar-se inteiramente, na qualidade de escravo, a Maria e, por Ela, a Jesus Cristo. Trata-se, pois, dum compomisso a fazer todas as ações com Maria, em Maria, por meio de Maria e para Maria.
                Vou explicar o que isso significa.

                Escolherás uma data importante para essa entrega, para te consagrares e entregares em sacrifício, voluntariamente e por amor – não por constrangimento – inteiramente e sem qualquer reserva, no corpo e na alma, consagrando os teus bens exteriores de fortuna, tais como, a casa, a família e os rendimentos; e ainda os próprios bens interiores da alma, como sejam: os próprios méritos, as graças, virtudes e satisfações.
                Aqui convém sublinhar que, com esta devoção, faz-se entrega a Jesus, por meio de Maria, de tudo quanto uma alma tem de mais precioso e que nenhum Instituto Religioso pede para se sacrificar, como seja o direito da pessoa de dispor de si e do mérito das próprias orações, esmolas, mortificações e satisfações. Entrega-se inteiramente tudo; põe-se tudo à disposição da Santíssima Virgem para que o aplique segundo a sua vontade e para a maior glória de Deus que só Ela conhece com perfeição.
                Deixa-se à disposição da Santíssima Virgem odo o mérito satisfatório e impetratório das boas obras. Por isso, depois de se Lhe te feito uma al oferta, mesmo sem ser acompanhada por qualquer voto, não mais se fica dono e senhor do que quer se faça, e a Santíssima Virgem fica com o pleno direito e aplicar esse mérito que a favor duma alma do purgatório que necessite ser  aliviada ou libertada, quer em benefício dum pobre pecador a necessitar de conversão.
                Por esta devoção colocam-se as mãos da Senhora os próprios méritos. Porém, isso é para que Ela os guarde, os multiplique, e os embeleze, já que os méritos em ordem à graça santificante e à glória não poderão ser cedidos a outras pessoas.                             

                Dão-se-Lhe, no entanto, todas orações e as boas obras pessoais, uma vez que têm um valor impetratório e satisfatório, para que Ela as distribua e aplique a quem quiser.
                Se, porventura, depois duma tal consagração à Senhora, se quisesse aliviar uma alma do Purgatório, rezar pela conversão dum pecado em concreto, ajudar algum dos nossos amigos mediante a própria oração, a penitência, a esmola e ouros sacrifícios, pois poderá fazer-se desde que se Lhe peça com humildade e que, de antemão, se aceite a Sua vontade, mesmo sem a conhecer. Fique-se, porém, com a certeza de que o mérito das próprias ações – já que administrado pela mesma mão de que Deus se serve para distribuir os seus dos e graças -, só poderá ser aplicado para a maior glória de Deus.
 

O Segredo de Maria - São Luís Maria Gigion de Montfort

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