(1506-1552), missionário jesuíta
Carta de 15/01/1544
Viver gerindo bem os dons de Deus
Dessas regiões [Índia e Sri Lanka] só consigo escrever o seguinte: são tão grandes as consolações comunicadas por Deus nosso Senhor àqueles que vão para o meio dos pagãos para os converter à fé de Cristo que, se há alguma alegria nesta vida, é essa mesmo. Muitas vezes acontece-me ouvir a alguém que vai para o meio desses cristãos: «Senhor, não me deis tantas consolações nesta vida! Mas, uma vez que na vossa bondade e misericórdia infinitas Vós mas dais, levai-me para a vossa santa glória! Na verdade, custa tanto viver sem Vos ver, depois de Vos terdes mostrado desse modo à vossa criatura.» Ah, se aqueles que buscam o saber nos estudos se dessem ao mesmo trabalho na busca das consolações do apostolado! Se as alegrias que procura um estudante naquilo que aprende, as procurasse fazendo sentir ao seu próximo aquilo de que precisa para conhecer e servir Deus, quão mais consolado e mais bem preparado estaria para prestar contas de si próprio, quando Cristo vier e lhe pedir: «Presta-me contas da tua gestão.» […]
Termino pedindo a Deus nosso Senhor […] que nos reúna na sua santa glória. E, para obter essa benfeitoria, tomemos como intercessoras e advogadas todas as almas santas das regiões onde me encontro. […] A todas essas santas almas, peço que nos obtenham de Deus nosso Senhor que, durante o tempo que resta desta separação, nos dê a graça de sentir no fundo da alma a sua santíssima vontade e de a realizar perfeitamente.
Fonte: Evangelho Quotidiano
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