terça-feira, 10 de setembro de 2013
Comentário do Evangelho do dia (09/09) feito por Santo Atanásio
(295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Contra os pagãos, 40; SC 18
Uma cura ao Sábado, símbolo da conclusão da criação
Este mundo é muito bom, tal como foi feito e tal como o vemos, porque Deus o quer assim: ninguém pode duvidar disso. Se a criação fosse desordenada, se o universo evoluísse ao acaso poder-se-ia pôr em causa esta afirmação. Mas como o mundo foi feito com sabedoria e ciência, de modo racional e lógico, posto que foi ornado de toda a beleza, é preciso que Aquele que a ele preside e que o organizou não seja senão a Palavra de Deus, o seu Verbo, o seu Logos. […]
Sendo a boa Palavra do Deus de bondade, foi esse Verbo que dispôs a ordem de todas as coisas, que reuniu os contrários com os contrários para com eles formar uma só harmonia. É Ele, «poder e sabedoria de Deus» (1Cor 1,24), que faz girar o céu, que tem a terra suspensa e que, sem que ela assente em nada, a mantém com a sua própria vontade (cf Heb 1,3). O sol ilumina a terra com a luz que recebe dele, e a lua recebe a sua medida da sua luz. Por Ele a água fica suspensa nas nuvens, as chuvas regam a terra, o mar mantém-se nos seus limites, a terra cobre-se de toda a espécie de plantas (cf Sl 103). […]
A razão de esta Palavra, Verbo de Deus, ter vindo até às criaturas é verdadeiramente admirável. […] A natureza dos seres criados é passageira, fraca, mortal; mas, sendo pela sua natureza bom e excelente, o Deus do universo ama os homens. […] Assim, vendo que, entregue a si própria, toda a natureza criada se esvai e se dissolve, para evitar que isso aconteça e para que o universo não regresse ao nada […], Deus não o abandona às flutuações da sua natureza. Na sua bondade, com o seu Verbo, Ele governa e mantém toda a criação, […] que não sofre, portanto, o destino que teria se o Verbo não cuidasse dela, isto é, a aniquilação. «Ele é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura; porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, […] tudo nele subsiste. […] Ele é a cabeça do Corpo, que é a Igreja» (Col 1,15-18).
Créditos: Evangelho Quotidiano
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