"A todos os que rezarem meu Rosário com devoção, prometo minha proteção especial e grandíssimas graças.” Palavras de Nossa Senhora ao frade dominicano Alano de la Roche, e ainda: “Prega as coisas que viste e ouviste. Não tenhas nenhum receio: eu estou contigo; eu te ajudarei e a todos os meus salmodiantes.”
O poder do Santo Rosário, fundamentado na contemplação dos Mistérios de Nosso Senhor e na intercessão da Santíssima Virgem, nos é precisado, entre os santos canonizados pela Santa Igreja, sobretudo por dois grandes devotos da Mãe de Deus, que são Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Santa Igreja, e São Luiz Maria Montfort, autor do famoso “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.
Escreve Santo Afonso de Ligório;
a respeito da intercessão da Virgem Maria: “É impossível a tão benigna
Rainha ver a necessidade de uma alma, sem ir em seu auxílio. Esta grande
compaixão de Maria para com nossas misérias a leva a nos socorrer e
consolar, mesmo quando não a invocamos. É o que mostrou durante sua
vida, nas bodas de Caná. (…) Se Maria é tão pronta em ajudar, mesmo sem
ser rogada, quanto mais o será para consolar que a invoca e a chama em
seu auxílio?” (“Glórias de Maria”, cap. IV) E acrescenta: “Que seja
Jesus Cristo o único Mediador de justiça, a reconciliar-nos com Deus,
pelos seus merecimentos, quem o nega? Não obstante isto, compraz-se Deus
em conceder-nos suas graças pela intercessão dos santos e especialmente
de Maria, sua Mãe, a quem tanto deseja Jesus ver amada e honrada. (…) O
que, porém, temos em vistas provar é que esta intercessão é também
necessária à nossa salvação. Necessária sim, não absoluta, mas
moralmente falando, como deve ser. A origem desta necessidade está na
própria Vontade de Deus, o qual pelas mãos de Maria quer que passem
todas as graças que nos dispensa. (…) Querendo exaltá-la de um modo
extraordinário, determinou por isso o Senhor que por suas mãos hajam de
passar e sejam concedidas todas as mercês dispensadas às almas remidas.
(…) Não há dúvida, confessamos que Jesus Cristo é o único medianeiro de
justiça, porque por seus méritos nos obtém a graça e a salvação. Mas
ajuntamos que Maria é medianeira de graças, e como tal pede por nós em
nome de Jesus Cristo e tudo nos alcança pelos méritos dele. Assim, pois,
a intercessão de Maria, devemos de fato, todas as graças que
solicitamos. (…) Assim o demônio envida todos os esforços para acabar
com a devoção a Mãe de Deus nas almas. Pois, cortado esse canal de
graças, muito fácil lhe torna a conquista.” (Glórias de Maria, cap. V)
Sobre a oração da Ave-Maria e do Santo Rosário, Santo Afonso escreve:
“Muito agrada à Santíssima Virgem a saudação angélica. Por ela lhe
renovamos a alegria que sentiu quando São Gabriel anunciou que fora
eleita para Mãe de Deus. Nessa intensão devemos saudá-la muitas vezes
com a Ave-Maria. Saudai-a com a Ave-Maria, diz Tomás de Kempis, porque
ela gosta muita dessa saudação. Que não lhe podemos dirigir saudação
mais agradável, do que a Ave-Maria, disse-o a Virgem a Santa Matilde.
Por ela será também saudado todo aquele que a saúde. São Bernardo, certa
ocasião, ouviu de uma estátua da Senhora as palavras: Eu te saúdo,
Bernardo! Ora, a saudação de Maria consiste sempre em alguma nova graça,
diz Conrado de Saxônia. Pergunta Ricardo: É possível que Maria recuse
mais uma graça a quem dela se aproxima e lhe diz: Ave, Maria? A Santa
Gertrudes a Mãe de Deus prometeu tantos auxílios na hora
de morte, quantas Ave-Maria lhe houvesse recitado em vida. Alano de Rupe
afirma que, ao ouvir essa saudação angélica, alegra-se o céu, treme o
inferno e foge o demônio. Com efeito, atesta-o Tomás de Kempis, pois com
uma Ave-Maria pôs em fuga o demônio que lhe aparecera.” (…)
“Atualmente, não há devoção mais praticada pelos fiéis de toda classe,
do que esta do Santo Rosário. (…) É assaz notório o bem que trouxe ao
mundo esta augusta devoção. Quantos, por meio dela, têm sido livres dos
pecados! Quantos conduzidos a uma vida santa! Quantos, depois de uma boa
morte, foram por ela salvos! (…) É preciso recitar o terço com devoção,
sem esquecer o que a Santíssima Virgem disse a Santa Eulália. Cinco
dezenas, disse-lhe a Senhora, recitadas com pausa e devoção, me são mais
agradáveis do que quinze, ditas às pressas e com menor devoção. Por
isso, é bom recitá-lo de joelhos, diante de uma imagem da Virgem, e
fazer no princípio de cada dezena um ato de amor a Jesus e Maria,
pedindo-lhe alguma graça. Note-se também que é melhor recitar o Rosário
em comum do que só.” (Glórias de Maria, Tratado VI)
Já São Luis Montfort escreve:
“Foi preciso que a Santíssima Virgem aparecesse várias vezes a grandes
santos muito doutos, para demonstrar-lhes o mérito desta pequena oração,
como sucedeu a S. Domingos, a S. João Capistrano, ao bem-aventurado
Alano de la Roche. E eles compuseram livros inteiros sobre as maravilhas
e a eficácia da Ave-Maria, para conversão das almas. Altamente
publicaram e pregaram que a salvação do mundo começou pela Ave-Maria, e a
salvação de cada um em particular está ligada a esta prece; que foi
esta prece que trouxe à terra seca e árida o fruto da vida, e que é esta
mesma prece que deve fazer germinar em nossa alma a palavra de Deus e
produzir o fruto de vida, Jesus Cristo (…) Aprendei que a Ave-Maria é a
mais bela de todas as orações, depois do Pai-Nosso. É a saudação mais
perfeita que podeis fazer a Maria, pois é a saudação que o Altíssimo
indicou a um arcanjo, para ganhar o coração da Virgem de Nazaré. E tão
poderosas foram aquelas palavras, pelo encanto secreto que contêm, que
Maria deu seu pleno consentimento para a Encarnação do Verbo, embora
relutasse em sua profunda humildade. É por esta saudação que também vós
ganhareis infalivelmente seu coração, contanto que a digais como deveis.
A Ave-Maria, rezada com devoção, atenção e modéstia, é, como dizem os
santos, o inimigo do demônio, pondo-o logo em fuga, e o martelo que o
esmaga; a santificação da alma, a alegria dos anjos, a melodia dos
predestinados, o cântico do Novo Testamento, o prazer de Maria e a
glória da Santíssima Trindade. A Ave-Maria é um orvalho celeste que
torna a alma fecunda; é um beijo casto e amoroso que se dá em Maria, é
uma rosa vermelha que se lhe apresenta, é uma pérola preciosa que se lhe
oferece, é uma taça de ambrosia e de néctar divino que se lhe dá. Todas
estas comparações são de santos ilustres. Rogo-vos instantemente, pelo
amor que vos consagro em Jesus e Maria, que não vos contenteis de
recitar a coroinha da Santíssima Virgem, mas também o vosso terço, e
até, se houver tempo, o vosso rosário, todos os dias, e abençoareis, na
hora da morte, o dia e a hora em que me acreditastes; e, depois de ter
semeado sob as bênçãos de Jesus e de Maria, colhereis bênçãos eternas no
céu.” (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 252-254)
Fonte: O Segredo do Rosário
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