segunda-feira, 15 de agosto de 2016

HOMILIA DE SÃO JOÃO PAULO II NA SUA ÚLTIMA FESTA DE ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade…» (Lc 1, 39). As palavras deste trecho evangélico fazem-nos vislumbrar, com os olhos do coração, a jovem de Nazaré a caminho da cidade da Judeia, onde morava a sua prima, para lhe oferecer os seus serviços. Aquilo que nos surpreende acima de tudo, em Maria, é a sua atenção repleta de ternura pela sua parente idosa. Trata-se de um amor concreto, que não se limita a palavras de compreensão, mas que se compromete pessoalmente numa verdadeira assistência. À sua prima, a Virgem não dá simplesmente algo que lhe pertence; Ela dá-se a si mesma, sem nada exigir como retribuição. Ela compreendeu de maneira perfeita que, mais do que um privilégio, o dom recebido de Deus constitui um dever, que a empenha no serviço aos outros, na gratuidade que é própria do amor.

A minha alma proclama a grandeza do Senhor…(Lc 1, 46). No seu encontro com Isabel, os sentimentos de Maria brotam com vigor no cântico do Magnificat. Através dos seus lábios exprimem-se a expectativa repleta de esperança dos «pobres do Senhor», e a consciência do cumprimento das promessas, porque Deus «se recordou da sua misericórdia» (cf. Lc 1, 54).

É precisamente desta consciência que brota a alegria da Virgem Maria, que transparece no conjunto do cântico: alegria de saber que Deus olha para Ela, apesar da sua fragilidade (cf. Lc 1, 48); alegria em virtude do serviço que lhe é possível prestar, graças às grandes obras que o Todo-Poderoso realizou em seu favor; alegria pela antecipação das bem-aventuranças escatológicas, reservadas aos humildes e aos famintos (cf. Lc 1, 52-53).

Depois do Magnificat chega o silêncio; nada se diz acerca dos três meses da presença de Maria ao lado da sua prima Isabel. Talvez nos seja dita a coisa mais importante: o bem não faz ruído, a força do amor expressa-se na discrição tranquila do serviço quotidiano.

Mediante as suas palavras e o seu silêncio, a Virgem Maria aparece como um modelo ao longo do nosso caminho. Não se trata de um caminho fácil: em virtude da culpa dos seus pais primitivos, a humanidade traz em si a ferida do pecado, cujas consequências ainda continuam a fazer-se sentir nas pessoas remidas. Mas o mal e a morte não terão a última palavra! Maria confirma-o através de toda a sua existência, sendo testemunha viva da vitória de Cristo, nossa Páscoa.

Os fiéis compreenderam-no, reconhecendo nela «a mulher revestida de sol (Ap 12, 1), a Rainha que resplandece junto do trono de Deus e intercede em favor deles.

No dia de hoje, a Igreja celebra a gloriosa Assunção de Maria ao Céu, de corpo e alma. Os dois dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção estão intimamente ligados entre si. Ambos proclamam a glória de Cristo Redentor e a santidade de Maria, cujo destino humano já está perfeita e definitivamente realizado em Deus.

E quando Eu tiver partido e vos tiver preparado um lugar, voltarei e levar-vos-ei comigo para que, onde Eu estiver, vós estejais também, disse-nos Jesus (Jo 14, 3). Maria é o penhor e o cumprimento da promessa de Cristo. A sua Assunção torna-se para nós um sinal de esperança certa e de consolação (Lumen gentium, 68).
Créditos: Aletheia

Comentário do Evangelho do dia (14/08) feito por Dionísio, o Cartuxo



(1402-1471), monge 
Comentário ao Evangelho de Lucas, 12, 72-74



Acender no coração dos homens o fogo do amor de Deus

«Eu vim trazer o fogo à terra»: desci do alto dos céus e, pelo mistério da minha encarnação, manifestei-Me aos homens para acender no coração humano o fogo do amor divino. «E que quero Eu senão que ele se acenda?» – isto é, que pegue e se torne uma chama ativada pelo Espírito Santo, que faça brilhar atos de bondade! 

Cristo anuncia a seguir que terá de morrer na cruz para que o fogo deste amor incendeie a humanidade. Foi, efetivamente, a santíssima Paixão de Cristo que valeu à humanidade dom tão grande, e é sobretudo a memória da sua Paixão que acende uma chama nos corações fiéis. «Tenho de receber um batismo»; ou seja: compete-Me e está-Me reservado, por especial disposição de Deus, receber um batismo de sangue, banhar-Me e como que mergulhar nas águas do meu sangue derramado na cruz, a fim de resgatar o mundo inteiro. «E estou ansioso até que ele se realize» – por outras palavras, até que a minha Paixão seja completa, e que Eu possa dizer: «Tudo está consumado!» (Jo 19,30). 

Fonte: Evangelho Quotidiano

sábado, 13 de agosto de 2016

DIA 13 - JESUS NÃO NOS ABANDONA - VISITAS A JESUS SACRAMENTADO E A NOSSA SENHORA


Por Santo Afonso Maria de Ligório

"Os meus olhos e o meu coração estarão aí todos os dias" (1Rs 9,3). Esta magnífica promessa Jesus a realizou no Santíssimo Sacramento do Altar, onde quis ficar presente de dia e de noite. Meu Divino Salvador, bastaria sem dúvida que ficásseis neste Sacramento só durante o dia, quando encontrais, para Vos fazerem companhia, adoradores de Vossa Divina presença. Por que quisestes ficar também de noite, quando as Igrejas se fecham, e os homens se recolhem às suas casas, deixando-Vos absolutamente só? Eu Vos compreendo; o amor Vos tornou nosso prisioneiro; o amor ardente que nos tendes de tal modo Vos prendeu à terra que não permite que nos abandoneis nem de dia nem de noite. Salvador amabilíssimo, esta fineza do Vosso amor deveria obrigar todos os homens a permanecerem na Vossa presença, diate do sacrário, e a não saírem daí senão à força. E, afastando-se, deveriam deixar aos pés do Altar os seus corações e os seus afetos para com esse Deus feito homem, que fica sozinho e encerrado num tabernáculo, todos os olhos para ver e prover as nossas necessidades, e todo coração para nos amar, esperando ansiosamente o dia seguinte para receber as visitas de suas almas muito amadas.

Meu Jesus, eu quero contentar-Vos: consagro-Vos, pois, toda a minha vontade e todos os meus afetos. Majestade infinita de um Deus, ficastes neste Divino Sacramento não só para estardes perto de nós, mas principalmente para Vos comunicardes às almas que amais. Mas, Senhor, quem ousará aproximar-se para se alimentar da Vossa Carne? Por outro lado, quem poderá afastar-se de Vós? Justamente para Vos unirdes conosco, e possuirdes os nossos corações, é que estais oculto na hóstia consagrada. Sim, ardeis em desejo de ser recebido por nós e o Vosso prazer é estar unido conosco. Vinde, pois, meu Jesus, vinde; desejo receber-Vos no meu peito para que sejais o Deus do meu coração e da minha vontade. Meu querido Redentor, pelo Vosso amor dou tudo quanto possuo: satisfações, prazeres, vontade própria, tudo Vos dou... Amor, ó Deus de amor, reinai sobre mim, triunfai de mim; destruí e sacrificai em meu ser tudo o que for meu e não Vosso. Não consitais, meu Amor, que a minha alma, cheia da majestade de um Deus, depois de Vos haver recebido na Sagrada Comunhão, venha a aferrar-se ainda às criaturas. Amo-Vos, meu Deus, amo-Vos, e só a Vós quero amar.

- Atraí-me, Senhor, pelos meigos laços do Vosso amor.


TESOURO DE GRAÇAS

São Bernardo exorta-nos a procurar a graça e a procurá-la por intermédio de Maria. "Ela é, diz São Pedro Damião, o tesouro das graças divinas." Maria pode e quer enriquecer-nos; por isso nos convida e chama, dizendo: "Se alguém é pequeno (e pobre), venha a mim" (Pt 9,4). Senhora amabilíssima, Senhora sublimíssima, Senhora graciosíssima, volvei Vosso olhar para um pobre pecador que a Vós se recomenda e em Vós põe a sua confiança.

- Sob a Vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus.


Fonte: Visitas a Jesus Sacramentado e a Nossa Senhora, de Santo Afonso Maria de Ligório

Comentário do Evangelho do dia (13/08) feito por São Máximo de Turim


(?-c. 420), bispo 
Homilia 58; PL 57, 363


Como esta criança

Diz o Senhor aos apóstolos, homens feitos e maduros: «Se não voltardes a ser como esta criança, não podereis entrar no Reino do Céu» (Mt 18,3; cf v.4). […] Incita-os assim a reencontrar a infância […] para que possam renascer pela inocência do coração; pois «quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus» (Jo 3,5). 

«Se não voltardes a ser como esta criança»: Ele não diz «estas crianças», mas «esta criança»; delas, Ele escolhe uma apenas, propõe uma só. E quem é essa criança que Ele dá como exemplo aos discípulos? Não creio que seja uma criança do povo, da multidão dos homens, quem ofereça aos apóstolos um modelo de santidade para o mundo inteiro. Não, não creio que essa criança venha do povo, mas do céu. Trata-se daquela criança vinda do céu de que nos fala o profeta Isaías: «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» (Is 9,5). É esse Menino inocente, que ao insulto não responde com o insulto, nem à agressão com a agressão – bem mais ainda: é Aquele que, na própria agonia, reza pelos inimigos: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34). Assim, na sua graça insondável, o Senhor transborda dessa inocência do coração que a natureza dá às crianças. Ele é essa criança que pede aos pequeninos que O imitem e que O sigam.


Fonte: Evangelho Quotidiano

DIA 12 - DEUS É AMOR - VISITAS A JESUS SACRAMENTADO E A NOSSA SENHORA




"Deus é amor, e aquele que permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele" (1Jo 4,16). Quem ama a Jesus está com Jesus e Jesus está com ele. "Se alguém me ama, meu Pai o amará, e viremos a ele, e nele faremos nossa morada" (Jo 14,23).

Quando São Filipe Neri recebeu o santo viático, ao ver entrar o Santíssimo Sacramento, exclamou: "Eis aí o meu amor, eis aí o meu amor!" Diga, pois, cada um de nós na presença de Jesus Sacramentado: Eis aqui o Meu Amor, eis o objeto do meu amor nesta vida e por toda a eternidade.

Meu Senhor e Meu Deus, dissestes no Evangelho que quem Vos ama será amado por Vós e vireis habitar nele para não mais Vos separardes. Senhor, eu Vos amo mais do que todos os bens, amai-me Vós também, pois prefiro o Vosso amor a todos os reinos do mundo. Vinde, pois, e de tal modo fixai a Vossa morada na pobre casa da minha alma, que não mais Vos separeis de mim ou, para melhor dizer, que eu não Vos expulse do meu coração; porquanto, Vós não Vos retirais senão quando expulso. E, como Vos expulsei no passado, assim poderia expulsar-Vos de novo. Não permitais que se dê no mundo esta nova perfídia, esta horrenda ingratidão, que eu, particularmente favorecido por Vós, depois de tantas graças, tenha ainda a infelicidade de Vos expelir da minha alma. E contudo pode isso acontecer; por isso, ó Meu Deus, desejo morrer - se for do Vosso agrado - a fim de que, morrendo unido conVosco, tenha a ventura de viver unido conVosco para sempre. Sim, Meu Jesus, assim o espero. Eu Vos abraço e aperto ao meu pobre coração. Fazei que sempre Vos ame e sempre seja de Vós amado. Sim, amabilíssimo Redentor meu, sempre Vos hei de amar, e Vós sempre a mim. Espero que sempre nos amaremos, Deus de minha alma, agora e por toda a eternidade. Assim seja.

- Meu Jesus, quero amar-Vos sempre, e ser amado de Vós.


MÃE DA PERSEVERANÇA

"Aquele que se dedica ao Meu serviço - diz Maria - terá a persevença" (Eclo 24,31). E os que trabalham por Meu fazer conhecer e amar aos outros, serão predestinados. Tomai, pois, a resolução de falar, todas as vezes que puderdes, seja em público, seja em particular, das glórias de Maria e da devoção que lhe é devida.

- Permiti, Virgem Santa, que eu publique os Vossos louvores.


Fonte: Visitas a Jesus Sacramentado e a Nossa Senhora, de Santo Afonso Maria de Ligório

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Os dois serão um só - Comentário do Evangelho do dia (12/08) - Missal Romano



Bênção dos esposos


«Os dois serão um só»

Irmãos, vamos pedir a Deus que abençoe estes novos esposos que vão receber conjuntamente o corpo e o sangue de Jesus Cristo. 

Senhor nosso Deus, Tu chamaste pelo seu nome F.... e F...., para que, dando-se um ao outro, se tornem uma só carne e um só espírito; dá-lhes o corpo do teu Filho, por quem se realizará a sua unidade. Tu és a fonte do seu amor e puseste neles o desejo de felicidade que os anima; dá-lhes o sangue do teu Filho, que santificará o seu amor e a sua alegria. 

Recebendo o Pão da Vida e o Cálice da Salvação, que aprendam a dar a vida pelos outros; que eduquem na fidelidade ao Evangelho os filhos que nascerão do seu amor; que procurem, antes de todas as coisas, o Reino de Deus e a sua justiça; que sejam úteis ao mundo em que viverem; que se mostrem hospitaleiros para com os mais pobres; que possam sempre dar-Te graças e venham assiduamente renovar a sua aliança, comungando conjuntamente o corpo ressuscitado de Jesus Cristo. 

É por Ele que Te pedimos: pois que santificou as bodas de Caná, e purificou a sua Igreja entregando-Se por ela, sabemos que intercede junto de Ti pelos nossos amigos F... e F..., hoje, amanhã e todos os dias da sua vida, até à eternidade.


Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

DIA 11 - JESUS, O BOM PASTOR - VISITAS A JESUS SACRAMENTADO E A NOSSA SENHORA


Por Santo Afonso Maria de Ligório


"Procuremos não nos afastar - diz Santa Teresa - nem perder de vista o Nosso Amado Pastor Jesus Cristo. As ovelhas que se conservam junto do seu pastor são sempre as mais acariciadas e favorecidas, porque sempre lhes dá algum bocadinho escolhido do Ele próprio come. E se acontecer que o pastor adormeça, a ovelhinha não se afasta de junto dele até que desperte ou ela mesma o acorde; e então recebe dele novos favores e carícias." Meu Redentor Sacramentado, eis-me aqui junto de Vós; só uma dádiva espero de Vós, a saber: o fervor e a perseverança no Vosso Amor.

Ó santa fé, graças vos dou por me ensinardes e dardes a certeza que no sacramento do altar, nesse pão celeste, não há mais pão, pois nele está o meu Senhor Jesus Cristo e aí está todo por meu amor. Meu Senhor e Meu tudo, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Embora oculto aos olhos mortais, reconheço-Vos, com a luz da santa fé, na Hóstia Consagrada, pelo soberano do Céu e da terra e Salvador do mundo. Meu bom Jesus, como sois a minha esperança, a minha salvação, a minha força e a minha consolação, assim quero que sejais também todo o meu amor e objeto único de todos os meus pensamentos, desejos e afetos. Mais prazer encontro ao considerar a infinita felicidade de que gozais e gozareis eternamente, do que se possuísse todos os bens possíveis nesta e na outra vida.

A minha maior felicidade, meu amado Redentor, é sabeis que sois plenamente feliz e que a Vossa felicidade é infinita. Reinai, pois, Senhor, reinai Vós só na minha alma; eu Vo-la dou toda, tomai posse dela para sempre. A minha vontade, os meus sentidos e todas as minhas potências sejam escravas do Vosso amor, e não sirvam neste mundo senão para Vos dar gosto e glória. Assim foi a Vossa vida, Mãe do Meu Jesus, que fostes a primeira a amá-Lo neste mundo. Maria Santíssima, assisti-me e obtende-me a graça de viver daqui por diante como Vós vivestes, sempre feliz, pertencendo inteiramente a Deus.

- Meu Jesus, seja eu todo Vosso e Vós todo meu.

NOSSO MODELO

"Ditoso o homem que vela cada dia à entrada de minha casa, e se conserva à minha porta" (Pr 8,34). Felizes aqueles que, imitando o exemplo dos pobres às portas dos ricos, não cessam de pedir a esmola de alguma graça às portas da misericórdia de Maria. E mais feliz ainda é aquele que procura imitar as virtudes que descobre em Maria, especialmente a Sua pureza e a sua humildade.

- Maria, minha esperança, socorrei-me.


Fonte: Visitas a Jesus Sacramentado e a Nossa Senhora
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