A Santíssima Virgem deu-me a perceber que foi ela realmente quem sorrira para mim, e quem me curara. Compreendi que velava por mim, e que eu era sua filha, e por isso já não lhe podia dar outro nome a não ser o de "Mamãe", que me parecia mais afetuoso do que o de Mãe... Com que fervor não lhe supliquei me tomasse para sempre em sua guarda, e logo fizesse do meu sonho uma realidade, aconchegando-me à sombra de seu manto virginal!... Oh! nisso consistia um dos meus primeiros desejos de criança... Crescendo, compreendi que só no Carmelo me seria possível encontrar, realmente, o manto da Santíssima Virgem, e a essa fértil Montanha tendiam todos os meus desejos...
Pedi, ainda, a Nossa Senhora das Vitórias, desviasse de mim tudo o que poderia manchar minha pureza. Não ignorava que, numa viagem como esta para a Itália, aconteceriam muitas coisas susceptíveis de me conturbarem, mormente porque, ignorando o mal, receava dar com ele, pois não sabia ainda por experiência que "tudo é puro para os que são puros", e que a alma simples e reta não vê o mal em coisa alguma, uma vez que o mal não existe efetivamente senão nos corações impuros e não em objetos insensíveis... Pedi também a São José velasse por mim. Desde a meninice tinha por ele uma devoção que se fundia com amor à Santíssima Virgem. Recitava todos os dias a oração: "Ó São José, pai e protetor das virgens ". Por isso, empreendi sem receio minha longa viagem. Estava tão bem protegida, que me parecia impossível sentir medo.
Santa Teresinha do Menino Jesus, História de Uma Alma
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