terça-feira, 30 de agosto de 2016

Dia 24 - Deus Escondido - Visitas a Jesus Sacramentado e a Nossa Senhora



Por santo Afonso Maria de Ligório

"Vós sois em verdade um Deus oculto" (Is 45,15). Em nenhuma outra obra do amor divino se verificam tão bem estas palavras como no mistério adorável do Santíssimo Sacramento, em que o nosso Deus se conserva todo escondido. Encarnando-se, o Verbo eterno ocultou a sua divindade, e apareceu na terra apenas como homem; mas, morando entre nós neste sacramento, Jesus esconde também a sua humanidade e só deixa ver as aparências do pão para manifestar-nos a ternura do seu amor para conosco. "Escondida está a sua divindade - diz São Bernardo - escondida está a sua humanidade; só as entranhas de sua caridade se mostram sem véu".

Amado Redentor, quando considero o excesso do vosso amor aos homens, fico fora de mim e não sei mais o que dizer. Por amor deles, chegastes, neste sacramento, a ocultar a vossa majestade, obscurecer a vossa glória, chegastes a consumir e abater a vossa vida divina. E, enquanto estais nos altares, parece que não tendes outra ocupação senão amar os homens, e fazer brilhar o amor que lhes  tendes. E eles que reconhecimento vos testemunham, Filho augusto de Deus?

Jesus, ó amante (permiti que assim vos fale), ó amante muito apaixonado dos homens, - pois que preferis os seus interesses à vossa própria honra - não sabíeis a que desprezo devia expor-vos esta invenção do vosso amor? Eu vejo, e vós mesmo o vistes antes de mim, que a maior parte dos homens não vos adora nem vos quer reconhecer pelo que sois neste sacramento. Sei que, mais de uma vez, estes mesmos homens ousaram calcar aos pés as hóstias consagradas, atirá-las ao chão, à água e ao fogo. Vejo com surpresa que a maior parte daqueles que em vós crêem, em vez de repararem tantos ultrajes por suas homenagens, vem às igrejas para mais vos agravar por suas irreverências, ou deixam-vos só e abandonado sobre o altar, por vezes desprovido até de lâmpadas e dos ornamentos necessários.

Pudesse eu, meu bondoso Salvador, lavar com minhas lágrimas e até com o meu sangue esses infelizes lugares em que o vosso amor tem sido tão indignamente ultrajado neste sacramento! Mas, se não me é concedida esta felicidade, ao menos, Senhor, proponho visitar-vos muitas vezes para vos adorar, como neste momento vos adoro, em expiação dos desprezos que recebeis dos homens neste divino mistério.

Aceitai, Pai Eterno, esta fraca homenagem que a mais miserável das criaturas vos rende hoje em reparação dos ultrajes feitos a vosso Filho no santíssimo Sacramento; aceitai-a em união com a honra infinita que Jesus Cristo vos rendeu na Cruz e todos os dias vos rende sobre os altares. Que bom se eu pudesse, meu Jesus, inspirar a todos os homens um ardente amos pelo vosso adorável sacramento!

- Amável Jesus meu, fazei-vos conhecer, fazei-vos amar.




Oceano de Graças

Senhora minha poderosíssima, nos temores que me inspira a minha salvação eterna, quanto me conforta a confiança, quando a vós recorro e penso, minha Mãe, nos tesouros de graça e de ternura que estão em vós. Duma parte, São João Damasceno vos cham "oceano de graças"; São Boaventura, "vasto reservatório onde se acham reunidas todas as graças"; Santo Efrém, "fonte de graça e de toda consolação", e São Bernardo, "plenitude de todos os bens"; e doutra parte, vos vejo tão inclinada a fazer o bem, que, segundo São Boaventura, "vos ofendeis quando não pedimos graças". Rainha da graça, da sabedoria e da clemência, sei que conheceis melhor do que eu as necessidades de minha alma, e que o amor que me tendes é muito superior ao que vos consagro; sabeis qual a graça que hoje vos peço?

Obtende-me a graça que sabeis ser a mais útil para a minha alma; rogai a deus que se digne de ma conceder, e satisfeito fico.

- Meu Deus, concedei-me as graças que Maria vos implora para mim.

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