quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Carta de São João Bosco para os jovens



Caros jovens,

O demônio tem normalmente duas artimanhas principais para afastar da virtude os jovens. A primeira consiste em persuadi-los de que o serviço de Deus existe uma vida triste sem nenhum divertimento nem prazer. Mas isto não é verdade, meus caros jovens. Eu vou lhes indicar um plano de vida cristã que poderá mantê-los alegres e contentes, fazendo-os conhecer ao mesmo tempo quais são os verdadeiros divertimentos e os verdadeiros prazeres, para que vocês possam exclamar com o santo profeta Davi: “Sirvamos ao Senhor na santa alegria”.

A segunda artimanha do demônio consiste em fazê-lo conceber uma falsa esperança duma longa vida que permite converter-se na velhice ou na hora da morte. Prestem atenção, meus caros jovens, muitos se deixaram perder por esta mentira. Quem nos garante que chegaremos à velhice? Se se tratasse de fazer um pacto com a morte e de esperar até então… Mas a vida e a morte estão entras as mãos de Deus que dispõe de tudo a seu bel prazer.

E mesmo se Deus lhe concedesse uma longa vida, escutai, entretanto, sua advertência: “o caminho do homem começa na juventude, ele o segue na velhice até a morte”. Ou seja, se, jovens, começamos uma vida exemplar, seremos exemplares na idade adulta, nossa morte será santa e nos fará entrar na felicidade eterna. Se, pelo contrário, os vícios começam a nos dominar desde a juventude, é muito provável que eles nos manterão em escravidão toda a nossa vida até a morte, triste prelúdio a uma eternidade terrível. Para que esta infelicidade não lhes aconteça, eu lhes apresento um método, vida alegre e fácil, mas que lhes bastará para se tornarem a consolação de seus pais, a honra de pátria de vocês, bons cidadãos da Terra, em seguida felizes habitantes do céu…

Meus caros jovens, eu os amo de todo o meu coração e basta-me que vocês sejam jovens para que eu os ame extraordinariamente. Eu lhes garanto que vocês encontrarão livros que lhes foram dirigidos por pessoas mais virtuosas e mais sábias que eu em muitos pontos, mas dificilmente vocês poderão encontrar algum que os ame mais que eu em Jesus Cristo e deseja mais felicidade para vocês.

Conservem no coração o tesouro da virtude, porque possuindo-o vocês têm tudo, mas se o perderem, vocês se tornarão os homens mais infelizes do mundo. Que o Senhor esteja sempre com vocês e que Ele lhes conceda seguir os simples conselhos presentes, para que vocês possam aumentar a glória de Deus e obter a salvação da alma, fim supremo para o qual fomos criados. Que o Céu lhes dê longos anos de vida feliz e que o santo temor de Deus seja sempre a grande riqueza que os cumule de bens celestes aqui e por toda a eternidade

São João Bosco
Créditos: Cléofas

Comentário ao Evangelho do dia (31/01) feito por Beata Teresa de Calcutá

Fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade - (1910-1997)
«No Greater Love», p. 67

Ser a luz do mundo (cf. Mt 5,14)

Pode acontecer que eu seja incapaz de manter a minha atenção completamente fixa em Deus enquanto trabalho - mas Deus não exige isso de mim. Contudo, posso perfeitamente desejar e projectar fazer o meu trabalho com Jesus e para Jesus. E isso é uma coisa muito bonita e é isso que Deus quer. Quer que a nossa vontade e o nosso desejo se dirijam para Ele, para a nossa família, os nossos filhos, os nossos irmãos e os pobres.

Cada um de nós continua a ser apenas um pequeno instrumento. Se observarmos os componentes dum aparelho eléctrico, veremos um emaranhado de fios, grandes e pequenos, novos e velhos, caros e baratos. Se a corrente não passar por eles, não pode haver luz. Esses fios és tu e sou eu. A corrente é Deus. Nós temos o poder de deixar passar a corrente através de nós, de deixar que ela nos utilize, de deixar que ela produza a luz do mundo - ou de nos recusarmos a ser utilizados, deixando que as trevas alastrem.

Créditos: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (30/01) feito por São Bernardo

Monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão para a Natividade de Maria «O Aqueduto», §§13, 18

«O Semeador semeia a Palavra»

Irmãos, devemos esforçar-nos para que a Palavra saída da boca do Pai e vinda até nós por intermédio da Virgem Maria não regresse vazia (cf Is 55,11), mas para Lhe devolvermos graça por graça através desta mesma Virgem. Tragamos pois sem cessar ao nosso espírito a lembrança do Pai durante todo o tempo em que estivermos reduzidos a suspirar pela Sua presença. Façamos regressar à sua fonte os fluxos da graça, para que eles voltem mais abundantes. [...]

Tendes o Senhor no espírito; então não vos caleis, não fiqueis em silêncio a Seu respeito. Aqueles que já vivem na Sua presença não têm necessidade desta advertência [...]; mas os que vivem ainda na fé devem ser exortados a não responder a Deus pelo silêncio. Porque «o Senhor fala, Ele tem promessas de paz para o Seu povo», para os Seus amigos, que já não voltarão ao desvario (Sl 84,9). Ele ouve aqueles que O ouvem; Ele falará aos que Lhe falam. Mas ficará em silêncio se ficais em silêncio, se não O glorificais. «Pus guardas que não se calarão nem de dia nem de noite. Vós, os que recordais o Senhor, não repouseis e não O deixeis descansar até que Ele restabeleça Jerusalém e dela faça a glória da terra» (Is 62,6-7). Porque o louvor de Jerusalém é doce e belo. [...]

Mas, seja qual for a oferenda que apresentais a Deus, lembrai-vos de a confiar a Maria, para que a graça suba à sua fonte pelo mesmo canal que no-la trouxe. [...] Cuidai em oferecer a Deus o pouco que tendes para Lhe dar pelas mãos de Maria, essas mãos puríssimas e dignas de receber o melhor acolhimento.

Créditos: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Precaução para que nada possa comprometer minha inocência... -Santa Teresinha do Menino Jesus



Tinha eu seis ou sete anos, quando Papai nos levou a Trouville. Jamais esquecerei a impressão que o mar me causou. Não podia impedir-me de contemplá-lo sem interrupção. Sua majestade, o bramir das ondas, tudo me falava à alma a respeito da Grandeza e do Poder do Bom Deus. Recordo-me de que, no passeio que fazíamos pela praia, um senhor e uma senhora, como me vissem a correr alegre em redor do Papai, aproximaram-se e perguntaram-lhe se eu era dele, dizendo que era uma menininha muito graciosa. Respondeu-lhes Papai que sim, mas notei que lhes deu sinal para não me fazerem elogios... Era pela primeira vez que ouvi falar que era graciosa. Isto me deixou bem contente, pois não não suponha que o fosse. Vós tomáveis, minha querida Mãe, tanta precaução em não permitir, junto a mim, nada que pudesse comprometer minha inocência, principalmente em não me deixar ouvir alguma palavra que insinuasse vaidade em meu coração. Como só dava atenção às vossas palavras e às de Maria (e de vossa parte nunca me dirigisse um único elogio), não liguei muita importância às palavras e aos olhares admirados daquela senhora.

Santa Teresinha do Menino Jesus, Histórias de Uma Alma

Comentário ao Evangelho do dia (29/01) feito por Santo Ireneu de Lyon

Bispo, Teólogo, Mártir - (c. 130-c. 208)
Contra as heresias III, 21,9-22,1; cf SC 211

Nossa Senhora do Sim: Aquela que faz a vontade de Deus

Deus havia prometido que da linhagem de David sairia o Rei eterno que reuniria todas as coisas em Si mesmo (Sl 131,11; Ef 1,10). Portanto, Deus retomou a obra que tinha projectado inicialmente (Gn 2,7). [...] E, tal como Adão, o primeiro homem modelado, recebeu a sua substância de uma terra virgem e imaculada [...] e foi moldado pela mão de Deus, isto é, a Palavra de Deus «por quem todas as coisas foram feitas» (Jb 10,8; Jo 1,3) [...], do mesmo modo foi de Maria ainda virgem que nasceu o Verbo, que é esta recuperação de Adão. [...] Por que foi que Deus não o tirou de novo do barro? Por que fez sair de Maria a obra que modelou? Foi para que a obra assim modelada não fosse diferente da primeira, mas a mesma, que não fosse outra a que é salva, mas a mesma, que a mesma fosse retomada, respeitando a semelhança.

Portanto, enganam-se os que dizem que Cristo nada recebeu da Virgem. Estes querem rejeitar a herança da carne, mas rejeitam também a semelhança [...]; já não se poderia dizer que Cristo era semelhante ao homem feito à imagem e à semelhança de Deus (Gn 1,27). Era o mesmo que afirmar que Cristo Se manifestou apenas na aparência, aparentando ser um homem, ou que Se tornou um homem sem nada assumir do homem. Se Ele não recebeu de um ser humano a substância da Sua carne, não Se fez homem nem Filho do homem; e se não Se fez aquilo que nós éramos, pouca importância têm as Suas dores e o Seu sofrimento. [...] O Verbo de Deus fez-Se verdadeiramente homem, recuperando em Si mesmo a obra que Ele tinha modelado. [...] O apóstolo Paulo afirma claramente na carta aos Gálatas: «Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher» (4,4).

Créditos: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (28/01) feito por Beato João Paulo II

Papa (1920-2005)
Encíclica «Dominum et vivificantem», § 46 (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)

O pecado contra o Espírito Santo

Por que razão é a blasfémia contra o Espírito Santo imperdoável? Em que sentido devemos entender esta blasfémia? São Tomás de Aquino responde que se trata de um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados». De acordo com esta exegese, a blasfémia não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste antes na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo, que age em virtude do sacrifício da Cruz. Se o homem rejeita deixar-se «convencer quanto ao pecado», convicção que provém do Espírito Santo (Jo 16,8) e tem carácter salvífico, rejeita simultaneamente a «vinda» do Consolador (Jo 16,7), aquela «vinda» que se efectuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas» (Heb 9,14).

Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue (1Jo 5,8) permanece nas «obras mortas», no pecado. E a blasfémia contra o Espírito Santo consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se. [...]

A blasfémia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal - seja ele qual for - e recusa por isso mesmo a redenção. O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida. É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou

Créditos: Evangelho Quotidiano

sábado, 26 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (26/01) feito por Catecismo da Igreja Católica



Timóteo e Tito, sucessores dos apóstolos

Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Cristo à terra inteira» (Vaticano II).

«Sendo Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital com Cristo. Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas. Mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (Vaticano II). A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última, porque é nela que existe desde já, e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus», que veio até nós na Pessoa de Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que n'Ele estão incorporados, até à sua plena manifestação escatológica. Então, todos os homens por Ele resgatados e n' Ele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (Ef 1,4), serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro», «a Cidade santa descida do céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus»; e «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21,14)

Créditos; Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (25/01) feito por São Bernardo

Monge cisterciense, Doutor da Igreja (1091-1153)
1º Sermão para a festa da conversão de São Paulo, 1,6

«Senhor, que queres que eu faça?»

É com razão, bem-amados irmãos, que a conversão do «mestre das nações» (1Tm 2,7) é uma festa que hoje todos os povos celebram com alegria. Com efeito, inúmeros foram os rebentos que brotaram dessa raiz; uma vez convertido, Paulo tornou-se instrumento da conversão do mundo inteiro. Outrora, quando ainda vivia na carne, mas não segundo a carne (cf Rm 8,5s), converteu muita gente a Deus através da sua pregação; ainda nos dias de hoje, em que vive junto de Deus uma vida mais feliz, não cessa de trabalhar para a conversão dos homens pelo seu exemplo, a sua oração e a sua doutrina. [...]

Esta festa é uma grande fonte de benefícios para os que a celebram. [...] Como desesperar, seja qual for a enormidade das nossas faltas, quando ouvimos que «Saulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor» se transformou subitamente em «instrumento de eleição»? (cf Act 9,1.15). Quem poderá dizer, sob o peso do seu pecado: «Não posso erguer-me para levar uma vida melhor» quando, na mesma estrada por onde o conduzia o seu coração sedento de ódio, o perseguidor encarniçado se tornou subitamente um pregador fiel? Esta conversão mostra-nos, num único e magnífico dia, a misericórdia de Deus e o poder da Sua graça. [...] Eis, portanto, meus irmãos, um modelo perfeito de conversão: O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme [...] que queres que eu faça?» (Sl 57,8; cf Act 9,6). Palavra breve mas tão cheia, viva, eficaz e digna de ser atendida! Quão poucas pessoas estão nessa disposição de obediência perfeita, que tenham renunciado à sua vontade ao ponto de o seu próprio coração já não lhes pertencer! E quão poucas pessoas procuram a cada instante, não o que desejam, mas o que Deus quer e Lhe dizem sem cessar: «Senhor, que queres que eu faça?»

Créditos: Evangelho Quotidiano

Os Dias Santos!... - Santa Teresinha do Menino Jesus


         Os dias santos! Ah! Quantas recordações não desperta esta palavra!... Os dias santos, como os amava!... Vós, minha querida Mãe, sabíes explicar-me tão bem todos os mistérios ocultos em cada um deles, que para mim eram verdadeiramente dias do Céu. Gostava mormente das procissões do Santíssimo Sacramento. Que alegria esparzir flores aos pés do Bom Deus!... Antes, porém, de deixá-las cair, atirava-as o mais alto que podia, e nunca me dava por tão feliz como na ocasião que via minhas rosas desfolhadas tocarem no sagrado Ostensório...
         Os dias santos! Ah! Se os grandes eram raros, cada semana trazia de novo um muito chegado ao meu coração: "o Domingo!" Que dia grande, o Domingo!.. Era o dia santo do Bom Deus, o dia santo do repouso. Primeiro ficava nanando mais tempo do que nos outros dias, e depois mamãe Paulina mimava sua filhinha, quando lhe servia o chocolate em sua cama, e em seguida a vestia como uma rainhazinha... Vinha a madrinha fazer o penteado da afilhada. Esta nem sempre ficava quietinha, quando lhe assentavam o cabelo, mas depois tinha toda a satisfação de ir pegar a mão de seu Rei que, em tal dia, lhe dava um abraço mais afetuoso do que de ordinário, pois toda a família se movimentava para a Missa. Em todo o trajeto do caminho, e mesmo dentro da Igreja, a "Rainhazinha do Papai" dava-lhe a mão. Tomava lugar ao lado dele, e quando nos víamos obrigados a chegar mais adiante para o sermão, era preciso ainda encontrar dois assentos, um ao lado do outro. Não se tornava muito difícil. Toda a gente parecia achar muito gentil ver um Ancião tão imponente com uma filha tão pequenina, que as pessoas não se incomodavam em ceder seus lugares. Meu tio que ficava nos bancos da diretoria alegrava-se quando nos via chegar. Dizia ser eu seu mimoso raio de Sol... Por mim, não me inquietava de ser alvo de olhares. Ouvia muito atenta os sermões sobre a Paixão, pregado pelo Padre Ducellier. Dali por diante entendi todos os outros sermões. Quando o pregador falava de Santa Teresa, papai curvava-se para me dizer baixinho: "Escuta bem, minha rainhazinha, ele fala de tua Santa Padroeira". Realmente, estava escutando bem, mas olhava mais vezes para o papai do que para o pregador. Seu belo semblante dizia-me tantas coisas!... Por vezes, seus olhos marejavam-se de lágrimas. Em vão procurava retê-las. Parecia estar já desligando da terra, tanto sua alma gostava de imergir nas verdades eternas... Sua carreira, porém, estava longe do termo final. Longos anos deviam passar, antes que o belo Céu se abrisse a seus olhos embevecidos, e o Senhor enxugasse as lágrimas do seu bom e fiel servidor!...
         Mas, novamente torno ao meu dia de Domingo. Esse dia de gozo que passava tão depressa, tinha seu toque de melancolia. Lembro-me que, até a hora de Completas, minha felicidade era sem mescla. Durante essa hora canônica, vinha-me o pensamento de que o dia de repouso ia terminar...que no dia seguinte seria necessário recomeçar a vida, trabalhando, aprendendo lições, e o coração sentia o exílio da terra...Suspirava pelo eterno repouso do Céu, pelo Domingo sem ocaso da Pátria!...

Santa Teresinha de Lisieux, História de Uma Alma.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (24/01) feito por Beato João XXIII

Papa - Diário da Alma 29/11/1940 (Paulus Editora)

«Seguiu-O uma imensa multidão vinda da Galileia. E da Judeia, de 
Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão [...], uma grande 
multidão veio ter com Ele»

«Senhor, abre os meus lábios e a minha boca anunciará o Teu louvor» (Sl 50,17). [...] Se pensarmos que estas palavras se repetem sempre em Matinas, em nome da Igreja, que ora por si própria e por todo o mundo, e pelos milhares e centenas de milhares de bocas que se abrem ao toque da graça que invocamos, então o panorama amplia-se e, ao iluminar-se, completa-se. A Igreja apresenta-se, não como um monumento histórico do passado, mas como uma instituição viva. A Santa Igreja não é como um edifício que se constrói ao fim de um ano. É uma cidade vastíssima, que terminará por ocupar o universo inteiro: «O seu monte santo, belo em altura, alegria de toda a terra, o monte Sião, vértice do céu, cidade do grande rei» (Sl 48,3).

A construção começou há vinte séculos, mas continua e estende-se por todas as terras, até que o nome de Cristo seja adorado por toda a parte. E, à medida que continua, as novas gentes dão saltos de júbilo perante o anúncio: «E deram uma grande alegria a todos os irmãos» (Act 15,3). Também é belíssimo o pensamento final [...], edificante para todo o sacerdote que reza o breviário: convém que cada um esteja atento a construir essa Santa Igreja.

Quem, pela pregação, se dedica a obra tão bela, diga ao Senhor como anúncio do Seu evangelho: «Senhor, abre os meus lábios e a minha boca anunciará o Teu louvor.» Quem não é missionário suspire também por cooperar no grande esforço do apostolado e, quando recita os salmos sozinho na sua cela, siga ao Senhor: «Senhor, abre os meus lábios»; porque mesmo aí, por comunicação da caridade, deve considerar sua todas as línguas que nesse momento estejam a anunciar o evangelho, que é o louvor divino supremo.

Créditos: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (23/01) feito por Santo Hilário

Bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Tratado sobre o Salmo 91, 3

Tudo é recriado por Cristo todos os dias, visto que o Pai tudo opera pelo Filho

Em dia de sábado era imposto a todos, sem excepção, que não fizessem nenhum trabalho e que mesmo o descanso fosse levado a cabo em perfeita inactividade. Como pôde então o Senhor romper a norma do sábado? [...] Em verdade, como são grandes as obras de Deus, que sustenta os céus, fornece luz ao sol e a todos os astros, faz crescer as plantas da terra e conserva a vida aos homens. [...] Sim, tudo o que existe na terra e debaixo do céu fica a dever-se a Deus Pai; tudo vem de Deus e tudo existe pelo Filho. Com efeito, Ele é a cabeça e o princípio de tudo; n'Ele tudo foi criado (Cl 1, 16-18). E foi da Sua plenitude que, por iniciativa do Seu eterno poder, Ele tudo criou em seguida.


Ora, se Cristo opera em tudo, é necessariamente pela acção d'Aquele que opera em Cristo. Por isso, diz Ele: «o Meu Pai trabalha a cada momento e eu também» (Jo 5,17), porque tudo o que faz Cristo, Filho de Deus em Quem o Pai mora, é obra do Pai. Assim, todos os dias tudo é recriado pelo Filho, visto que o Pai tudo opera pelo Filho. Por conseguinte, é diária a acção de Cristo e, segundo penso, as leis da Natureza, as formas dos corpos, o desenvolvimento e o crescimento de tudo o que existe são manifestações dessa mesma acção.

Créditos: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (22/02) feito por Papa Bento XVI

Exortação apostólica «Sacramentum caritatis» §72 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana rev.)

«O Filho do Homem até do sábado é Senhor»: a libertação trazida por Cristo 

Esta novidade radical que a Eucaristia introduz na vida do homem revelou-se à consciência cristã desde o princípio; prontamente os fiéis compreenderam a influência profunda que a celebração eucarística exercia sobre o seu estilo de vida. Santo Inácio de Antioquia exprimia esta verdade designando os cristãos como «aqueles que chegaram à nova esperança», e apresentava-os como aqueles que vivem «segundo o domingo». Esta expressão do grande mártir antioqueno põe claramente em evidência a ligação entre a realidade eucarística e a vida cristã no seu dia-a-dia. O costume característico que os cristãos têm de se reunir no primeiro dia depois do sábado para celebrar a ressurreição de Cristo — conforme a narração do mártir São Justino — é também o dado que define a forma da vida renovada pelo encontro com Cristo.


Mas a expressão de Santo Inácio — «viver segundo o domingo» — sublinha também o valor paradigmático que este dia santo tem para os restantes dias da semana. De facto, o domingo não se distingue com base na simples suspensão das actividades habituais, como se fosse uma espécie de parêntesis dentro do ritmo normal dos dias; os cristãos sempre sentiram este dia como o primeiro da semana, porque nele se faz memória da novidade radical trazida por Cristo. Por isso, o domingo é o dia em que o cristão reencontra a forma eucarística própria da sua existência, segundo a qual é chamado a viver constantemente; «viver segundo o domingo» significa viver consciente da libertação trazida por Cristo e realizar a própria existência como oferta de si mesmo a Deus, para que a Sua vitória se manifeste plenamente a todos os homens através duma conduta intimamente renovada.

Créditos: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (21/01) feito por São Pedro Crisólogo

Bispo de Ravena, Doutor da Igreja - (c. 406-450)
Sermão sobre Marcos 2; PL 52, 287

«O vinho novo das bodas do Filho»

«Porque é que nós jejuamos e os Teus discípulos não jejuam?» Porquê? Porque para vós o jejum é uma questão de lei. Não é um dom espontâneo. Em si mesmo, o jejum não tem valor; o que conta é o desejo daquele que jejua. Que proveito pensais tirar do vosso jejum, se jejuais constrangidos e forçados por uma lei? O jejum é um arado maravilhoso para lavrar o campo da santidade. Mas os discípulos de Cristo foram enviados a trabalhar no campo já maduro da santidade; eles comem o pão da colheita nova. Como poderiam eles ser obrigados a praticar jejuns agora caducos? «Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o Esposo está com eles?»

Aquele que se casa entrega-se inteiramente à alegria e toma parte do banquete; mostra-se muito afável e alegre para com os convidados; faz tudo o que lhe inspira o seu afecto pela esposa. Cristo celebra as Suas bodas com a Igreja enquanto vive na terra. É por isso que aceita tomar parte nas refeições para as quais é convidado. Cheio de benevolência e amor, mostra-Se humano, acessível e amável. Não veio Ele para unir o homem a Deus e fazer dos Seus companheiros membros da família de Deus?

Do mesmo modo, diz Jesus: «Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha». Esse pano novo é o tecido do Evangelho, que está em vias de ser entretecido com a lã do Cordeiro de Deus: uma veste real que o sangue da Paixão irá em breve tingir de vermelho. Como aceitaria Cristo unir esse pano novo com a vetustez do legalismo de Israel? [...] Assim como «ninguém deita vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho romperá os odres e perde-se o vinho, tal como os odres. Mas vinho novo, em odres novos.» Esses odres novos são os cristãos. O jejum de Cristo é que purificará esses odres de toda a sujidade, para que fique intacto o sabor do vinho novo. O cristão torna-se assim o odre novo, pronto a receber o vinho novo, o vinho das bodas do Filho, pisado na prensa da cruz.

Créditos: Evangelho Quotidiano

"Que o teu espírito se eleve acima de tudo isso..."


"Não preste muita atenção às palavras dos homens, deixa que cada um te julgue como quiser. Não te justifiques, que isso em nada te prejudicará. Entrega tudo ao primeiro sinal de exigência, ainda que sejam as coisas mais necessárias. Não peças nada sem pedir o Meu conselho. Permite que te tirem até aquilo a que tens direito: o reconhecimento, o bom nome; que o teu espírito se eleve acima de tudo isso. E, assim, liberta de tudo, descansa junto do Meu Coração."


(Diário de Sta. Faustina - 1685)
Créditos: Amor e Pobreza

domingo, 20 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Máximo de Turim

Bispo - Homilia 23; PL 57, 274

 O vinho novo da verdadeira alegria

Está escrito que o Senhor foi a umas bodas para onde tinha sido convidado. O Filho de Deus foi a estas bodas para santificar com a Sua presença o casamento que já tinha instituído. Foi a umas bodas da Antiga Lei para escolher, no povo pagão, uma esposa que permanecesse sempre virgem. Aquele que não nasceu de um casamento humano foi às bodas, e não foi para participar num alegre banquete, mas para Se revelar por meio de um prodígio verdadeiramente admirável; não foi beber vinho, mas dar vinho. Porque, quando faltou vinho aos convidados, a bem-aventurada Virgem Maria disse-Lhe: «Não têm vinho!» Jesus, aparentemente contrariado, respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo?» [...] Ao responder: «Ainda não chegou a Minha hora», referia-Se certamente à hora gloriosa da Sua Paixão, onde o vinho foi derramado para vida e salvação de todos. Maria pedia-Lhe um favor temporal, enquanto Cristo preparava uma alegria eterna.

Mas o Senhor é tão bom, que não hesita em conceder pequenas coisas enquanto não chegam as grandes. A bem-aventurada Virgem Maria, sendo verdadeiramente Mãe do Senhor, via em pensamento o que ia passar-se e conhecia antecipadamente a vontade do Senhor. Foi por isso que teve o cuidado de dizer aos servidores: «Fazei o que Ele vos disser!» A Santa Mãe sabia certamente que a palavra de censura que o Filho lhe tinha dirigido não ocultava o ressentimento de um homem irritado, mas continha um mistério de compaixão. [...] E eis que subitamente aquelas águas começaram a receber força, a tomar cor, a difundir um bom odor, a adquirir gosto, e a sua natureza a mudar por completo. E esta transformação das águas noutra substância manifestou a presença do Criador, porque ninguém é capaz de transformar a água noutra coisa, senão Aquele que a criou do nada.

Créditos: Evangelho Quotidiano

sábado, 19 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (19/01) feito por São Pedro Crisólogo

Bispo de Ravena, Doutor da Igreja - (c. 406-450)
Sermão 30; PL 52, 285

«Ele come com cobradores de impostos e pecadores!»

«Porque é que o vosso Mestre come com cobradores de impostos e pecadores?» Deus é acusado de se debruçar sobre o homem, de se sentar perto do pecador, de ter fome da sua conversão e sede do seu regresso, de aceitar comer os alimentos da misericórdia e beber a taça da bondade. Mas Cristo, meus irmãos, veio para esta refeição: a Vida veio para junto destes convivas para fazer com que aqueles que iam morrer vivessem com Ele, da mesma vida que Ele. A Ressurreição sentou-se a esta mesa para que aqueles que jaziam na morte se levantassem do túmulo; a Graça curvou-se para levar os pecadores até ao perdão; Deus veio até ao homem para que o homem chegasse até Deus; o juiz veio até à refeição dos culpados para subtrair a humanidade à sentença da condenação; o médico veio a casa dos doentes para lhes restabelecer as forças esgotadas, comendo com eles; o Bom Pastor curvou-Se para levar a ovelha perdida para o redil da salvação (Lc 15,3ss.). [...]

«Porque é que o vosso Mestre come com cobradores de impostos e pecadores?» Mas quem é pecador senão aquele que recusa considerar-se pecador? Não será mergulhar no pecado, isto é, identificar-se com o pecado, deixar de reconhecer que se é pecador? E quem é injusto senão aquele que se considera justo? [...] Vamos, fariseu, confessa o teu pecado e poderás vir à mesa de Cristo. Por ti, Cristo far-Se-á pão, o pão que será partido para o perdão dos teus pecados. Cristo tornar-Se-á para ti a taça, aquela taça que será derramada para remissão dos teus pecados. Vamos, fariseu, partilha a refeição dos pecadores para que possas tomar a tua refeição com Cristo. Reconhece que és pecador e Cristo comerá contigo. Entra com os pecadores no festim do teu Senhor e poderás deixar de ser pecador. Entra com o perdão de Cristo na casa da misericórdia.

Créditos: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Modelos de padres que unem o culto da Eucaristia à devoção para com a Santíssima Virgem




 


Entre os santos personagens que ilustraram o século XVII, muitos nos mostram como podemos unir o culto da Eucaristia à devoção para com a Santíssima Virgem, fazendo-os se auxiliarem mutuamente.

O venerável Cardeal de Bérulle, que mereceu do Papa Urbano VIII o título de Apóstolo do Verbo Encarnado, e cuja predileção por Maria era mais angélica do que humana, e o Padre de Condren, que recebeu, conforme atestam os mais ilustres doutores de seu tempo, luzes sublimes sobre os mistérios, tinham o costume de oferecer a Santa Missa, aos sábados, em
honra da Santíssima Virgem. Mons. Olier, o santo fundador de São Sulpício e o reformador do clero na mesma época, imitou-lhes esta piedosa prática; fazia celebrar diariamente três missas, cujos frutos colocava entre as mãos da Santa Virgem, afim de que, oferecendo-os a seu Filho, obtivesse para a Igreja tesouros infinitos de graças.

Houve também um piedoso missionário jesuíta, em Québec, que propôs a São João Eudes, fundador da Congregação que tem o seu nome, um projeto de associação de padres, que se chamariam os Capelães de Nossa Senhora, e que se deveriam unir para oferecer o Santo Sacrifício segundo as intenções desta augusta Rainha do Céu, afim, dizia ele, de que o Filho de Deus se apresentasse ao seu Pai, no estado de Hóstia, pelas mãos puríssimas d'Aquela de quem se servira para descer até nós em se fazendo homem.


(Vida de m. Olier, t. II, passim,).

PRÁTICA — Oferecer nossas adorações a Jesus Sacramento pelas mãos de Maria.

JACULATÓRIA — Bendita sois entre as mulheres, ó Maria, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus Eucaristia!



Fonte: Apostolado Imelda Lambertini

Comentário ao Evangelho do dia (18/01) feito por Catecismo da Igreja Católica


                                     «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
«Creio na remissão dos pecados»: O Símbolo dos Apóstolos liga a fé no perdão dos pecados à fé no Espírito Santo, mas também à fé na Igreja e na comunhão dos santos. Foi ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos que Cristo ressuscitado lhes transmitiu o Seu próprio poder divino de perdoar os pecados: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20, 22-23).


«Um só Baptismo para a remissão dos pecados»: Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Baptismo: «Ide por todo o mundo e proclamai a Boa-Nova a todas as criaturas. Quem acreditar e for baptizado será salvo» (Mc 16, 15-16). O Baptismo é o primeiro e principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, a fim de que «também nós vivamos numa vida nova» (Rm 6, 4). «No momento em que fazemos a nossa primeira profissão de fé, ao receber o santo Baptismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão pleno e total, que não fica absolutamente nada por apagar, quer da falta original, quer das faltas cometidas de própria vontade por acção ou omissão; nem qualquer pena a suportar para as expiar [...]. Mas apesar disso, a graça do Baptismo não isenta ninguém de nenhuma das enfermidades da natureza. Pelo contrário, resta-nos ainda combater os movimentos da concupiscência, que não cessam de nos arrastar para o mal» (Cat. Rom).


Neste combate contra a inclinação para o mal, quem seria suficientemente forte e vigilante para evitar todas as feridas do pecado? «Portanto, se era necessário que a Igreja tivesse o poder de perdoar os pecados, [...] era necessário que fosse capaz de perdoar as faltas a todos os penitentes que tivessem pecado, até mesmo ao último dia da sua vida» (Cat. Rom.). É pelo sacramento da Penitência que o baptizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja. [...]


Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa do perdão, desde que se arrependa verdadeiramente dos seus erros» (Cat. Rom.). Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na Sua Igreja as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que se afastar do pecado.

Créditos: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Amemos o bom Deus - São Cura D'Ars



O homem criado por amor não pode viver sem amor: ou ama a Deus ou ama o mundo. Aquele que não ama a Deus apega o seu coração a coisas que passam como a fumaça.

Quanto mais conhecemos os homens, tanto menos os amamos. É o contrário relativamente a Deus: quanto mais o conhecemos, tanto mais o amamos. Esse conhecimento abrasa a alma de tão grande amor, que ela não pode mais amar nem desejar senão a Deus...

O amor de Deus é um antegozo do céu: se soubéssemos frui-lo, oh! como seríamos felizes! O que faz que sejamos infelizes é não amarmos a Deus.

Há pessoas que não amam o bom Deus, que não lhe rezam e que prosperam; é mau sinal! Têm feito um pouco de bem através de muito mal. O bom Deus recompensa-os nesta vida.

Cumpre fazer com os pastores nos campos durante o inverno: acendem fogo: mas de quando em quando correm a apanhar lenha de todos os lados para alimentá-lo. Se soubéssemos, como os pastores, alimentar sempre o fogo do amor de Deus no nosso coração mediante orações e boas obras, ele não se apagaria.


S. João Maria Vianney, Pensamentos Escolhidos do Cura D'Ars
Créditos: GRAA

O silêncio no Sacrário




    (Capela da Paróquia S. Sebastião - Campo Grande - MS)



"É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja solitário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele..." (Lm 3,27-28)

"É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja solitário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele..." (Lm 3,27-28)

Já dizia Maria Faustina Helena Kowalska (25/08/1905 - 5/10/1938):"Entrei na cela, as irmãs já se tinha deitado. Entrei na minha cela... lancei-me ao chão e comecei a rezar ardentemente. Havia silêncio como num Sacrário. Todas as irmãs repousavam, tal como hóstias brancas, encerradas no cálice de Jesus, e apenas da minha cela Deus podia ouvir um gemido da alma!..." (Maria Faustina Helena Kowalska - Diário)

Madre Faustina diz que na sua cela pairava um tremendo silêncio, e ela compara ao silêncio do Sacrário, e na sua cela, ela reza ardentemente, de forma que Deus podia ouvir o gemido da sua alma. Ainda mais deve-se rezar no silêncio quando estivermos no sacrário, pois Deus está ali!

Ora, não foi Deus que disse a Moisés para subir até o topo do Monte Sinai, e no silêncio do Monte, Ele ditou as Suas valiosíssimas ordens? Confiram:"O Senhor desceu sobre o cume do monte Sinai; e chamou Moisés ao cume do monte. Moisés subiu..." (Ex 19,20)

E em outra parte do Livro do Êxodo diz:"Moisés levantou-se com Josué, seu auxiliar, e subiu o monte de Deus" (Ex 24,13). "Moisés subiu ao monte. A nuvem cobriu o monte e a glória do Senhor repousou sobre o Monte Sinai, que ficou envolvido na nuvem durante seis dias. No sétimo dia, o Senhor chamou Moisés do seio da nuvem. Aos olhos dos israelitas a glória do Senhor tinha o aspecto de um fogo consumidor sobre o cume do monte. Moisés penetrou na nuvem e subiu a montanha. Ficou ali quarenta dias e quarenta noites "(Ex 24,15-18).

Fonte: http://catolicostradicionais.blogspot.com.br

Comentário ao Evangelho do dia (17/01) feito por Beato João Paulo II

Papa - (1920-2005),
Homilia aos jovens

                                         «Jesus estendeu a mão e tocou-o»
O gesto afectuoso de Jesus, que Se aproxima dos leprosos para os reconfortar e curar, tem a sua expressão plena e misteriosa na Sua Paixão. Torturado e desfigurado pelo suor de sangue, pela flagelação, pela coroação de espinhos, pela crucifixão, abandonado por aqueles que esqueceram o bem que Ele lhes tinha feito, na Sua Paixão Jesus identifica-Se com os leprosos. Torna-se Sua imagem e símbolo, como o profeta Isaías intuíra ao contemplar o mistério do Servo do Senhor: «Vimo-lo sem beleza nem formosura, desprezado e evitado pelos homens, como homem [...] diante de qual se tapa o rosto. [...] Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado» (Is 53,2-4). Mas é precisamente das feridas do corpo torturado de Jesus e do poder da Sua ressurreição que brotam a vida e a esperança para todos os homens atingidos pelo mal e pela enfermidade.

A Igreja sempre foi fiel à sua missão de anunciar a palavra de Cristo, unida a gestos concretos de misericórdia solidária para com os mais humildes, para com os últimos. Ao longo dos séculos, tem havido um crescendo de dedicação impressionante e extraordinária às pessoas afectadas pelas doenças humanamente mais repugnantes. A história põe claramente em evidência que os cristãos foram os primeiros a preocupar-se com o problema dos leprosos. O exemplo de Cristo fez escola, e deu muitos frutos em actos de solidariedade, de dedicação, de generosidade e de caridade desinteressada.

Créditos: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Virgem Maria, Mãe de Deus e Rainha

 
 
 
Havendo sido exaltada a Virgem Maria como Mãe do Rei dos reis, com toda razão a Santa Igreja a honra e quer que seja honrada por todos pelo título glorioso de rainha. Se o Filho é Rei, diz Santo Atanásio, com toda razão a Mãe deve ter-se por Rainha e chamar-se Rainha e Senhora. Desde que Maria, acrescenta S. Bernardino de Sena, deu seu consentimento aceitando ser Mãe do Verbo eterno, desde esse instante mereceu ser a rainha do mundo e de todas as criaturas.

E se Jesus é rei do universo, rainha também o é Maria. De modo que, diz São Bernardino de Sena, quantas são as criaturas que servem a Deus, tantas são as que devem servir a Maria, já que os anjos, os homens e todas as coisas do céu e da terra, estando sujeitas ao domínio de Deus, estão também submetidas ao domínio da Virgem. Por isso o abade Guérrico, contemplando a Mãe de Deus, lhe fala assim: "Prossegue, Maria, prossegue segura com os bens de teu Filho, governa com toda confiança como rainha, mãe do rei e sua esposa." Segue pois, oh Maria, dispondo à tua vontade os bens de teu Filho, pois ao ser mãe e esposa do rei do mundo, se te deve como rainha o império sobre todas as criaturas.

Sto Afonso Maria de Ligório, As Glórias de Maria
Créditos: GRAA

Comentário ao Evangelho do dia (16/01) feito por São Jerónimo

Presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Homilias sobre o evangelho de Marcos, n°2C

                                            Ele está presente pela fé
Se Jesus Se aproximasse de nós e nos curasse da febre com uma simples palavra! Porque cada um de nós tem a sua febre. Quando me irrito, tenho febre – tantos vícios, outras tantas febres. Peçamos aos apóstolos que supliquem a Jesus que Se aproxime de nós, que nos toque com a mão. Se o fizer, a febre desaparecerá imediatamente, porque Jesus é um excelente médico. É Ele o verdadeiro, o grande médico, o primeiro de todos os médicos. [...] Ele descobre o segredo de todas as doenças; e não nos toca no ouvido, nem na testa, [...] mas na mão, ou seja, nas más obras. [...]


Jesus aproxima-Se da doente, porque esta não podia levantar-se e correr para Aquele que entrava em sua casa. Mas é Ele, o médico cheio de misericórdia, que Se aproxima do leito, Ele que trouxera a ovelha perdida aos ombros (Lc 15,5). [...] Aproxima-Se de Sua livre vontade; é Ele que toma a iniciativa da cura. Aproxima-Se desta mulher e diz-lhe: «Tu devias ter vindo ter Comigo; devias ter vindo receber-Me à porta, para que a tua cura não resultasse apenas da Minha misericórdia, mas também da tua vontade. Mas, visto que estás prostrada pela febre e não podes levantar-te, sou Eu que venho ter contigo.»


Jesus, «aproximando-Se, tomou-a pela mão». Quando corremos perigo, como Pedro no alto mar, e o mundo parece prestes a desmoronar-se, Jesus toma-nos pela mão e levanta-nos (Mt 14,31). Jesus levanta esta mulher tomando-a pela mão: toma-lhe a mão na Sua. Bendita amizade, esplendido abraço! [...] Jesus toma esta mão como médico, apercebendo-Se da intensidade da febre, Ele que é simultaneamente médico e medicamento. Tocou nela e a febre deixou-a. Que Ele toque igualmente na nossa mão, que cure as nossas obras. [...] Levantemo-nos, permaneçamos de pé. [...] Talvez me pergunteis: «Onde está Jesus?» Está aqui, diante de nós: «No meio de vós está Quem vós não conheceis. O reino de Deus está entre vós» (Jo 1,26; Lc 17,21).

Créditos: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (15/01) feito por São Jerónimo

Presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja - (347-420)
Homilias sobre o Evangelho de Marcos, nº 2

                                              «Cala-te e sai desse homem»
«Jesus repreendeu-o, dizendo: "Cala-te e sai desse homem"». A verdade não tem necessidade nenhuma do mentiroso. «Não vim para que o teu testemunho Me confirmasse, mas para te expulsar daquele que Eu criei [...]; Não tenho necessidade do reconhecimento daquele que bani. Cala-te! Que o teu silêncio seja o Meu louvor. Não quero ser louvado pela tua voz, mas pelos teus tormentos; o teu castigo é o Meu louvor [...] "Cala-te e sai do homem!"» É como se dissesse: «Sai da Minha casa; que fazes tu na Minha habitação? Eu quero entrar: Por isso, cala-te e sai do homem, deste ser dotado de razão. Sai do homem! Deixa essa morada que Eu preparei para Mim! O Senhor quer a Sua casa, sai deste homem» [...]

Vede a que ponto a alma do homem é preciosa. O que contraria os que pensam que os homens e os animais têm uma alma idêntica e que somos animados pelo mesmo espírito. Noutra altura, o demónio foi expulso de um só homem e foi enviado para dois mil porcos (cf Mt 8,32): aquilo que era precioso foi salvo, e o que era vil, perdido: «Sai do homem, vai para os porcos. [...] Vai para onde quiseres, vai para os abismos. Deixa o homem que é Minha propriedade. [...] Não te vou deixar possuir o homem pois seria para Mim um ultraje instalares-te nele em Meu lugar. Assumi um corpo humano, vivo no homem: essa carne que possuis faz parte da Minha carne: sai deste homem!»

Créditos: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (14/01) feito por Santo Ireneu de Lyon

Bispo, Teólogo, mártir - (c. 130-c. 208)
Contra as heresias, 4, 14

                                    «Todos os que são chamados em Meu nome»
Não foi por ter necessidade dos nossos serviços que o Pai ordenou que seguíssemos o Verbo: foi para nos garantir a salvação. Pois seguir o Salvador é tomar parte na Sua salvação, tal como seguir a luz é tomar parte na luz. Quando os homens estão na luz, não são eles que fazem a luz resplandecer, mas são eles que são iluminados e são por ela tornados resplandecentes. Longe de acrescentar seja o que for à luz, beneficiam dela e ficam iluminados.

O mesmo acontece no serviço a Deus: nada acrescenta a Deus, pois Deus não precisa do serviço dos homens. Mas aos que O servem e O seguem, Deus assegura a vida, uma existência que não perece e a glória eterna. [...] Se Deus, que é bom e misericordioso, solicita o serviço dos homens, é para poder dar os Seus benefícios aos que perseveram no Seu serviço. Pois, se Deus não tem necessidade de nada, o homem tem necessidade da comunhão com Deus. A glória do homem é perseverar no serviço a Deus.


Foi por isso que o Senhor disse aos Seus apóstolos: «Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós» (Jo 15,16). [...] E disse ainda: «Quero que onde Eu estiver estejam também Comigo aqueles que Tu Me confiaste, para que contemplem a Minha glória» (Jo 17,24). [...] É deles que Isaías diz: «Trarei do Oriente os Teus filhos e congregarei do Ocidente os que Te pertencem. [...] Tragam-Me os Meus filhos lá de longe e as Minhas filhas dos confins da terra; são todos aqueles que têm o Meu nome, que Eu criei para a Minha glória» (Is 43,5.7).

Créditos: Evangelho Quotidiano

domingo, 13 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (13/01) feito por São João Crisóstomo

Presbítero de Antioquia, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilia nº 12 sobre o Evangelho segundo São Mateus

«O Espírito Santo desceu sobre Ele em forma
corpórea, como uma pomba»  

Consideremos o grande milagre que se produziu a seguir, uma vez que ele constitui o prólogo daquilo que iria passar-se em breve. Logo após o baptismo do Salvador, não foi o antigo Paraíso que se abriu, foi o próprio céu: «Uma vez baptizado, [...] eis que se rasgaram os céus» (Mt 3,16). Porque se terão aberto os céus aquando do baptismo de Jesus Cristo? Para nos ensinar que o mesmo se passa no nosso: assim nos chama Deus à nossa pátria celeste e nos convida a não ter mais nada em comum com a terra. [...] E se agora não conseguimos ver os mesmos sinais, recebemos no entanto as mesmas graças, das quais os sinais eram o símbolo.

Viu-se então uma pomba descer do céu, indicando tanto a João como ao povo hebreu que Jesus era o Filho de Deus; de resto, também a nós nos indica que no momento do nosso baptismo o Espírito Santo desce à nossa alma. E se não desce numa forma visível, é porque já não precisamos que isso aconteça, uma vez que é suficiente a nossa fé. [...]

E porque desceu o Espírito Santo na forma duma pomba? Porque a pomba é mansa e pura, e o Espírito é todo Ele pureza e mansidão. Para além disso, a pomba relembra-nos um episódio do Antigo Testamento (Gn 8,10ss.): depois de a terra ter sido submergida pelo dilúvio e toda a humanidade ter perecido, regressou a pomba a comprovar o fim do cataclismo, de ramo de oliva na boca, anunciando o restabelecimento da paz sobre a terra. Ora, tudo isso constitui uma prefiguração dos tempos futuros. [...] Depois de tudo estar perdido, surgiram a libertação e a renovação; e, assim como tudo dantes aconteceu por um dilúvio de chuva, acontece agora por um dilúvio de graça e misericórdia, e já não é só a um homem que a pomba convida a sair da arca para repovoar a terra: agora ela atrai todos os homens para o céu, e em lugar do ramo de oliva traz aos homens a dignidade de filhos de Deus.

Presbítero de Antioquia, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilia nº 12 sobre o Evangelho segundo São Mateus

«O Espírito Santo desceu sobre Ele em forma
corpórea, como uma pomba»

Consideremos o grande milagre que se produziu a seguir, uma vez que ele constitui o prólogo daquilo que iria passar-se em breve. Logo após o baptismo do Salvador, não foi o antigo Paraíso que se abriu, foi o próprio céu: «Uma vez baptizado, [...] eis que se rasgaram os céus» (Mt 3,16). Porque se terão aberto os céus aquando do baptismo de Jesus Cristo? Para nos ensinar que o mesmo se passa no nosso: assim nos chama Deus à nossa pátria celeste e nos convida a não ter mais nada em comum com a terra. [...] E se agora não conseguimos ver os mesmos sinais, recebemos no entanto as mesmas graças, das quais os sinais eram o símbolo.

Viu-se então uma pomba descer do céu, indicando tanto a João como ao povo hebreu que Jesus era o Filho de Deus; de resto, também a nós nos indica que no momento do nosso baptismo o Espírito Santo desce à nossa alma. E se não desce numa forma visível, é porque já não precisamos que isso aconteça, uma vez que é suficiente a nossa fé. [...]

E porque desceu o Espírito Santo na forma duma pomba? Porque a pomba é mansa e pura, e o Espírito é todo Ele pureza e mansidão. Para além disso, a pomba relembra-nos um episódio do Antigo Testamento (Gn 8,10ss.): depois de a terra ter sido submergida pelo dilúvio e toda a humanidade ter perecido, regressou a pomba a comprovar o fim do cataclismo, de ramo de oliva na boca, anunciando o restabelecimento da paz sobre a terra. Ora, tudo isso constitui uma prefiguração dos tempos futuros. [...] Depois de tudo estar perdido, surgiram a libertação e a renovação; e, assim como tudo dantes aconteceu por um dilúvio de chuva, acontece agora por um dilúvio de graça e misericórdia, e já não é só a um homem que a pomba convida a sair da arca para repovoar a terra: agora ela atrai todos os homens para o céu, e em lugar do ramo de oliva traz aos homens a dignidade de filhos de Deus.

Créditos: Evangelho Quotidiano

sábado, 12 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (12/01) feito por Santo Agostinho

Bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n°14, 1-3

             «Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa! Ele é que deve crescer, e eu diminuir»

João afirmou aquilo que ouvistes quando lhe vieram dizer, para suscitar o seu ciúme, que Jesus fazia muitos discípulos. Dizem-lhe os amigos, como se ele tivesse inveja: «Ele está a ficar com mais discípulos do que tu». Mas João reconheceu Quem Ele era; e por isso mereceu estar unido a Cristo, pois não ousou ficar com o que era de Cristo. E disse: «Um homem não pode tomar nada como próprio se isso não lhe for dado do Céu.» [...] A alegria de João não vem de si mesmo. Aquele que quer encontrar em si mesmo a causa da sua alegria estará sempre triste; mas aquele que quer encontrar a sua alegria em Deus estará sempre alegre, porque Deus é eterno. Queres ter uma alegria eterna? Junta-te Àquele que é eterno. Foi o que fez João.


É a voz do esposo que alegra o amigo do esposo, e não a sua própria voz; ele está de pé e escuta. [...] «Esta é a minha alegria! E tornou-se completa. Tenho a minha própria graça, não desejo mais nada com medo de perder o que recebi.» Que alegria é esta? «Ele fica encantado ao ouvir a voz do esposo.» Que os homens compreendam que não devem alegar-se com a sua própria sabedoria mas com a que receberam de Deus. Que não procurem outra coisa pois assim não perderão o que encontraram. [...] João reconheceu que recebeu tudo; disse que sentiu alegria com a voz do esposo, e acrescentou: «A minha alegria é agora perfeita.»

Créditos: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (11/01) feito por Santo Afonso-Maria de Ligório

Bispo, Doutor da Igreja - (1696-1787)
1º Discurso para a novena de Natal

                                               «Jesus estendeu a mão e tocou-lhe»
«Cristo disse ao entrar no mundo: "Tu não quiseste sacrifício nem oferenda, mas preparaste-Me um corpo. Então, Eu disse: Eis que venho - como está escrito no livro a Meu respeito - para fazer, ó Deus, a Tua vontade."» (Heb 10,5-7; Sl 40,7-9 LXX). Será verdade que, para nos salvar da nossa miséria [...] e para conquistar o nosso amor, Deus tenha querido fazer-Se homem? De tal maneira é verdade que é artigo de fé: «E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus [...] e Se fez Homem» (Credo) [...]. Sim, eis o que Deus fez para Se fazer amar por nós. [...] Quis assim manifestar-nos a grandeza do Seu amor por nós: «Com efeito, manifestou-se a graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens» (Tt 2,11). O homem não Me ama, parece ter dito o Senhor, porque não Me vê. Vou tornar-Me visível, conversar com ele, e assim far-Me-ei amar, seguramente»: «Depois disto ela [a sabedoria do Senhor] apareceu sobre a terra e permaneceu entre os homens» (Br 3,38).

O amor de Deus pelo homem é imenso, imenso e para toda a eternidade: «Amei-te com um amor eterno. Por isso, dilatei a misericórdia para contigo» (Jr 31, 3). Não tínhamos porém visto ainda como é grande, incompreensível; quando o Filho de Deus Se fez contemplar na forma de uma criança deitada nas palhas, num estábulo, manifestou-Se-nos verdadeiramente: «manifestou-Se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com os homens» (Tt 3,4). «A criação do mundo, observa São Bernardo, fez brilhar o poder de Deus, a governação do mundo, a Sua sabedoria; mas a encarnação do Verbo fez resplandecer a Sua misericórdia aos olhos de todos» [...].

«Ao desprezar Deus, diz São Fulgêncio, o homem separou-se d'Ele para sempre; e como o homem já não podia regressar a Deus, Deus dignou-Se a vir ao seu encontro na Terra.» Já dissera Santo Agostinho: «Não podíamos ir ao médico; por isso o médico teve a bondade de vir até nós.»

Créditos: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (10/01) feito por Beata Teresa de Calcutá

Fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Something Beautiful for God, p. 74

                                       «O Espírito do Senhor está sobre Mim»
O Espírito do Senhor está no meu coração,
Chamado por Ele e posto à mão,
E é isto que vou fazer,
O que vou fazer.
Ele me enviou a dar aos pobres a boa notícia,
Aos presos dizer que a pena não é vitalícia,
Aos cegos que já podem ver,
E aos oprimidos: «Deixai de sofrer!»,
Dizer a todos a grande notícia, que chegou o Reino de Deus,
Dizer a todos a grande notícia, que chegou o Reino do Senhor.


Assim como o Pai Me enviou a Mim,
Também ficais desde já encarregues por Mim
De serdes minhas testemunhas pelo mundo fora,
Pelo mundo inteiro fora.
Não leveis nada pesado na mochila,
Uma camisa chega para entrar em qualquer vila,
Um obreiro pode amealhar o que lhe couber,
O que lhe couber.
Não vos inquieteis com o que dizer,
Não vos inquieteis, porque se tal acontecer,
No vosso coração falará o Espírito do Senhor,
O Espírito do Senhor.

Créditos: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (08/01) feito por São João Crisóstomo

Presbítero de Antioquia, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja (c. 345-407)
Homílias sobre o Evangelho de Mateus, n°49, 1-3

                              A multiplicação dos pães
Reparemos no abandono confiante dos discípulos à providência de Deus nas maiores necessidades da vida, e o seu desprezo por uma existência luxuosa: eram doze e só tinham cinco pães e dois peixes. Não se importam com as coisas do corpo; consagram todo o seu zelo às coisas da alma. E mais, não guardam as provisões para eles: deram-nas ao Salvador assim que Ele lhas pediu. Aprendamos com este exemplo a partilhar o que temos com aqueles que estão em necessidade, mesmo que tenhamos pouco. Quando Jesus lhes pediu para Lhe darem os cinco pães eles não disseram: «E com o que ficaremos para mais tarde? Onde encontraremos aquilo de que precisamos para as nossas necessidades pessoais?» Obedeceram de imediato. [...]

Tomando pois os pães, o Senhor partiu-os e confiou aos discípulos a honra de os distribuírem. Não queria apenas honrá-los com esse santo serviço: queria que participassem no milagre para serem testemunhas convictas e para não esquecerem o que se tinha passado diante dos seus olhos. [...] Foi através deles que mandou sentar as pessoas e distribuir o pão, para que cada um deles pudesse testemunhar o milagre que se realizava nas suas mãos. [...]


Tudo neste acontecimento - o lugar deserto, a terra nua, a escassez de pão e de peixe, a distribuição das mesmas coisas a todos sem preferências, ficando cada um com tanto como o seu vizinho -, tudo isso nos ensina a humildade, a frugalidade e a caridade fraterna. Amar-nos uns aos outros igualmente, colocar tudo em comum entre aqueles que servem o mesmo Deus, eis o que aqui nos ensina o Salvador.

Créditos: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (06/01) feito por São João Crisóstomo

Presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de Mateus, n°7, 5


                                   Sigamos os magos
Levantemo-nos, a exemplo dos magos. Deixemos que o mundo se perturbe; nós, porém, corramos com alegria à morada do Menino. Ainda que os reis ou os povos se esforcem por nos barrar o caminho, não abrandemos o nosso fervor, afastemos todos os males que nos ameaçam. Se não tivessem visto o Menino, os magos não teriam escapado ao perigo que corriam por parte do rei Herodes. Antes de terem tido a felicidade de O contemplar, eram assaltados pelo temor, estavam rodeados de perigos e mergulhados em dificuldades; depois de O terem adorado, a calma e a segurança instalaram-se-lhes no coração. [...]


Deixemos pois, também nós, uma cidade em desordem, um déspota sedento de sangue, todas as riquezas deste mundo, e vamos a Belém, a «casa do pão» espiritual. Se és pastor, vem ao estábulo e aí verás o Menino. Se és rei, de nada te servirão as vestes faustosas e todo o brilho da tua dignidade se não vieres. Se és um homem de ciência como os magos, de nada te servirão os teus conhecimentos se não vieres apresentar os teus respeitos. Se és um estrangeiro, ou um bárbaro, serás admitido na corte deste rei. [...] Basta vires com temor e alegria, os dois sentimentos que habitam um coração verdadeiramente cristão. [...]


Antes de vires adorar este Menino, abandona tudo aquilo que te pesa. Se és rico, deposita o teu ouro a Seus pés, ou seja, dá-o aos pobres. Estes estrangeiros vieram de muito longe para contemplar este recém-nascido; como poderás [...] recusar-te a dar alguns passos para visitar um doente ou um prisioneiro? [...] Os magos ofereceram os seus tesouros a Jesus, e tu não tens sequer um pedaço de pão para Lhe dar? (Mt 25,35ss). Quando viram a estrela, o coração encheu-se-lhes de alegria; e tu vês Cristo nos pobres, a quem tudo falta, e passas de lado, não te sentes emocionado?

Créditos: Evangelho Quotidiano

sábado, 5 de janeiro de 2013

Seremos saciados com a visão do verbo - Santo Agostinho


Quem poderia conhecer todos os tesouros da sabedoria e ciência ocultos em Cristo e escondidos na pobreza de sua carne? Ele, sendo rico, se fez pobre por nossa causa, a fim de enriquecermos com a sua pobreza (cf. 2Cor 8,9). Quando assumiu a nossa condição e experimentou a morte, manifestou-se na pobreza; contudo, não perdeu suas riquezas, mas prometeu-as para o futuro.
Como é grande a riqueza de sua bondade, reservada para os que o temem, e concedida aos que nele esperam!
Agora nosso conhecimento é imperfeito, até chegar o que é perfeito. Para sermos capazes de alcançá-lo é que o Cristo, igual ao Pai na condição divina, fez-se igual a nós na condição de servo e nos recriou à semelhança divina. O Filho único de Deus, tornando-se filho do homem torna filhos de Deus a muitos filhos dos homens;  e promovendo a nossa condição de servos com a sua forma visível de servo, tornou-nos livre e capazes de contemplar a sua forma divina.
Somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é (IJo 3,2). ora, quais são esses tesouros da sabedoria e de ciência, para que servem essas riquezas divinas senão para manifestar a nossa pobreza? Para que essa imensa bondade senão para nos saciar? Mostra-nos o Pai e isso nos basta (Jo 14,8).
E, em certo salmo, um de nós, expressando nossos sentimentos ou falando por nós, diz ao Senhor: serei saciado quando se manifestar a vossa gloria (cf. Sl 16,15 Vulg.). Ele e o Pai são um só; e quem o vê, vê também o Pai. Por conseguinte, o Rei da glória Senhor Deus do universo (Sl 23,10). Voltando-se para nós, ele nos mostrará o seu rosto; seremos salvos e saciados, e isso nos bastará.
Mas até que isso aconteça, até mostrar o que nos basta, até bebermos e ficarmos saciados na fonte da vida que é ele mesmo, enquanto caminhamos na fé e peregrinamos longe dele, enquanto temos fome e sede de justiça e desejamos, com indizível ardor, contemplar a beleza de Cristo na sua condição divina, celebremos com amorosa devoção o nascimento de Deus na condição de servo.
Se ainda não podemos contemplar aquele que foi gerado pelo Pai antes da aurora, celebremos o seu nascimento da Virgem no meio da noite. Se ainda não podemos compreender aquele cujo nome subsistirá enquanto o sol brilhar (cf. Sl 18,6), reconheçamos que armou sua tenda ao sol (cf. Sl 18,6).
Se ainda não vemos o Unigênito que permanece no Pai, recordemos o Esposo saindo do quarto nupcial (cf. Sl 18,6). Se ainda não estamos preparados para o banquete do nosso Pai, conheçamos o presépio de nosso Senhor Jesus Cristo.

-- Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo (século V)

Comentário ao Evangelho do dia (05/01) feito por Guilherme de Saint-Thierry

Monge beneditino, depois cisterciense
Orações meditativas, VI, 5-7; SC 324

«Vereis o Céu aberto»

Se basta que dois ou três estejam reunidos em Teu nome neste mundo para Tu estares no meio deles (Mt 18,20) [...], que dizer desse local onde reuniste todos os santos que selaram a Tua aliança com um sacrifício e que se tornaram como os céus que proclamam a Tua justiça? (Sl 49,5-6).


O Teu discípulo bem-amado não foi o único a encontrar o caminho que vai dar aos céus; não foi só a ele que foi mostrada uma porta aberta no céu (Ap 4,1). Com efeito, Tu próprio declaraste a todos; «Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo» (Jo 10,9). Tu és a porta e, conforme acrescentas a seguir, ela abre-se a todos os que querem entrar.


Mas de que nos serve ter uma porta aberta no céu, a nós que estamos na terra, se não tivermos forma de a ela ascender? Responde-nos São Paulo: «que quer dizer este “subiu”, senão que também desceu às regiões inferiores da terra?» (Ef 4,9) E quem foi que subiu e desceu? Foi o Amor. Com efeito, Senhor, é o amor do nosso coração que ascende até Ti, porque foi o Teu amor que desceu até nós. Porque nos amaste, desceste até nós; amando-Te, nós podemos ascender até Ti. A Ti que disseste «Eu sou a porta», peço-Te que Te abras diante de nós! Veremos então com maior clareza de que morada és a porta, e quando e a quem a abres.

Créditos: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (04/12) feito por Rupert de Deutz

Monge beneditino
Homilia sobre o evangelho de João


                        «Pondo o olhar em Jesus, que passava»
João Baptista estava de pé com dois dos seus discípulos quando Jesus passou. Trata-se efectivamente de uma atitude corporal, mas que traduz algo da missão de João, da veemência da sua palavra e da sua acção. Mas segundo o evangelista trata-se também, mais profundamente, de uma tensão sempre presente no profeta. João não se contentava em cumprir exteriormente o seu papel de precursor; mantinha sempre vivo no seu coração o desejo do Senhor que havia reconhecido no Seu baptismo. [...] João estava, sem dúvida, totalmente voltado para Nosso Senhor. Desejava revê-Lo, porque ver Jesus era a salvação para aquele que O confessava, a glória para aquele que O anunciava, a alegria para aquele que O mostrava. João estava em pé, cheio do ardor do seu coração; mantinha-se direito, esperando Cristo, ainda dissimulado pela sombra da Sua humildade. [...]


Com João estavam dois dos seus discípulos, de pé como o seu mestre, premissas daquele povo preparado pelo percursor, não para ele mas para o Senhor. Vendo Jesus que passava, João disse: «Eis o Cordeiro de Deus». Reparai nos termos deste relato: à primeira vista, tudo é claro; mas para aqueles que lhe descobrem o sentido profundo, tudo está cheio de mistério. «Jesus passava»: que quer isto dizer, senão que o Filho de Deus veio partilhar a nossa natureza de homem que passa, que muda? Ele, que os homens não conheciam, dá-Se a conhecer e amar ao passar entre nós. Ele veio no seio da Virgem; depois, passou do seio de Sua mãe para o presépio, do presépio para a cruz, da cruz para o túmulo e do túmulo subiu de novo ao céu. [...] Também o nosso coração, se aprender a desejar Jesus como João, reconhecerá Jesus que passa; e se O seguir, chegará como os discípulos ao local que Jesus habita — ao mistério da Sua divindade.

Crédito: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Virgem Maria, Mãe de Deus e Rainha

Havendo sido exaltada a Virgem Maria como Mãe do Rei dos reis, com toda razão a Santa Igreja a honra e quer que seja honrada por todos pelo título glorioso de rainha. Se o Filho é Rei, diz Santo Atanásio, com toda razão a Mãe deve ter-se por Rainha e chamar-se Rainha e Senhora. Desde que Maria, acrescenta S. Bernardino de Sena, deu seu consentimento aceitando ser Mãe do Verbo eterno, desde esse instante mereceu ser a rainha do mundo e de todas as criaturas.
E se Jesus é rei do universo, rainha também o é Maria. De modo que, diz São Bernardino de Sena, quantas são as criaturas que servem a Deus, tantas são as que devem servir a Maria, já que os anjos, os homens e todas as coisas do céu e da terra, estando sujeitas ao domínio de Deus, estão também submetidas ao domínio da Virgem. Por isso o abade Guérrico, contemplando a Mãe de Deus, lhe fala assim: "Prossegue, Maria, prossegue segura com os bens de teu Filho, governa com toda confiança como rainha, mãe do rei e sua esposa." Segue pois, oh Maria, dispondo à tua vontade os bens de teu Filho, pois ao ser mãe e esposa do rei do mundo, se te deve como rainha o império sobre todas as criaturas.
Sto Afonso Maria de Ligório, As Glórias de Maria

Comentário ao Evangelho do dia (02/01) feito por Santo António de Lisboa

Franciscano, doutor da Igreja
Sermões para o domingo e festas dos santos, 3º domingo do Advento


                              «Ele está no meio de vós»
«O Senhor está próximo. Por nada vos deixeis inquietar» (Fl 4,5-6). [...] No profeta Isaías, Deus Pai fala assim: «Não demorará a justiça que prometi (isto é, o Seu Filho), a libertação que predisse não tardará. Porei em Sião a salvação. A Minha glória será para Israel» (46,13). É o que vem no Evangelho de hoje: «No meio de vós está Quem vós não conheceis». Mediador entre Deus e os homens, homem (cf 1Tm 2,5), Cristo Jesus eleva-Se no mundo para combater o Diabo; vencedor, liberta o homem e reconcilia-o com Deus Pai. Mas vós não O conheceis.


«Criei filhos e fi-los crescer, mas eles revoltaram-se contra Mim. O boi conhece o seu dono e o jumento, o estábulo do seu senhor; mas Israel, Meu povo, nada entende» (Is 1,2-3). O Senhor está tão perto de nós! E nós não O reconhecemos! «Alimentei os Meus filhos com o Meu sangue», diz-nos Ele, «como uma mãe alimenta os seus filhos com o seu leite. Criei sobre o coração dos anjos a natureza humana que tomei, à qual Me uni». Poderia Ele honrar-nos mais? E eles desprezaram-Me: «Vede se existe dor igual à dor que Me atormenta» (Lm 1,12). [...]


Assim, «não vos deixeis inquietar», pois é a preocupação com as coisas materiais que nos faz esquecer o Senhor.

Créditos: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Comentário ao Evangelho do dia (01/01) feito por Homilia proferida no Concílio de Éfeso, em 431 Atribuída a São Cirilo de Alexandria

Bispo e doutor da Igreja

«De hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações»

Nós te saudamos Maria, Mãe de Deus, tesouro escondido de todo o universo, astro sem declínio, coroa da virgindade, ceptro da fé ortodoxa, templo indestrutível, morada do incomensurável, Mãe e Virgem, por quem é chamado «bendito», nos santos evangelhos, «Aquele que vem em nome do Senhor» (Mt,9; Sl 117,26).


Saudamos-te, a ti que levaste no teu seio virginal Aquele que os céus não podem conter. Graças a ti, a Trindade é glorificada e adorada em toda a terra; graças a ti, o céu exulta, os anjos e os arcanjos se alegram, os demónios são afugentados, o tentador caiu do céu, os homens decaídos são elevados ao céu. Graças a ti, o mundo inteiro, cativo da idolatria, chegou ao conhecimento da verdade, o santo Batismo é dado, com o «óleo da alegria» (Sl 45,8), àqueles que acreditam, foram fundadas igrejas em todos o mundo, as nações pagãs foram levadas à conversão.


E que mais poderei dizer? Foi graças a ti que a luz do Filho único de Deus brilhou para «aqueles que viviam nas trevas e nas sombras da morte» (Lc 1,79; Is 42,7). [...] Quem poderá celebrar dignamente os louvores a Maria? Ela é ao mesmo tempo mãe e virgem. Que maravilha! Quem jamais vez ouviu dizer que o construtor pudesse ser impedido de morar no templo que ele mesmo construiu? Quem ousaria criticar Aquele que dá à Sua serva (cf. LC 1,48) o título de mãe? Eis que assim o mundo inteiro se alegra. [...] Que nos seja permitido, isto é, à santa Igreja, venerar e honrar a Trindade indivisa cantando louvores a Maria sempre Virgem e ao seu Filho e seu Esposo imaculado.

Créditos: Evangelho Quotidiano
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