segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Comentário do Evangelho do dia (20/12) feito por Beata Isabel da Santíssima Trindade



(1880-1906), carmelita
O Céu na fé (Primeiro retiro), décimo dia

«Salve, ó cheia de graça!»

«Se conhecesses o dom de Deus», disse Cristo à mulher samaritana (Jo 4,10). Mas qual é esse dom de Deus, senão Ele mesmo? E diz-nos o discípulo amado: «Veio para o que era seu, mas os seus não O receberam» (Jo 1,11). São João Baptista poderia dizer, ainda hoje, a muitas almas estas palavras de censura: «No meio de vós – em vós – está quem vós não conheceis» (Jo 1,26; Lc 17, 21).

«Se conhecesses o dom de Deus!» Houve uma criatura que conheceu este dom de Deus, uma criatura que foi tão pura, tão luminosa, que parece ser a própria Luz: «Speculum justitiae / Espelho de justiça». Uma criatura cuja vida foi tão simples, tão perdida em Deus, que dela não se pode dizer quase nada.

«Virgo Fidelis»: Ela é a Virgem fiel, aquela que «guardava todas as coisas no seu coração» (Lc 2,19.51). Ela permaneceu tão pequena, tão recolhida diante de Deus, no segredo do Templo, que atraiu a complacência da Santíssima Trindade: «Porque olhou para a humilde condição da sua serva, desde agora me proclamarão bem-aventurada todas as gerações» (Lc 1,48). Inclinando-Se para esta criatura tão bela, tão ignorante da sua beleza, o Pai quis que Ela fosse a mãe, no tempo, daquele que é o Pai na eternidade. Então veio o Espírito de amor que está por trás de todas as operações de Deus; a Virgem disse o seu fiat: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra», e realizou-se o maior dos mistérios. E, pela descida do Verbo, Maria ficou para sempre presa a Deus. 
 
 
Créditos: Evangelho Quotidiano

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