Queridos irmãos e irmãs!
No dia após a solenidade do Natal, celebramos a festa de Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir. À primeira vista a proximidade da recordação do "Protomártir" do nascimento do Redentor pode-nos fazer admirar, porque é tocante o contraste entre a paz e a alegria de Belém e o drama de Estêvão em Jerusalém na primeira perseguição contra a Igreja nascente. Na realidade, o aparente rangido é superado se considerarmos mais profundamente o mistério do Natal. O Menino Jesus, que jaz na gruta, é o Unigénito Filho de Deus que se fez homem. Ele salvará a humanidade morrendo na cruz. Agora vemo-lo envolvido em panos no presépio; depois da sua crucifixão será novamente envolvido por faixas e colocado no sepulcro. Não era ocasionalmente que a iconografia natalícia por vezes representava o Menino divino colocado num pequeno sarcófago, para indicar que o Redentor nasce para morrer, nasce para dar a vida em resgate por todos.
Santo Estêvão foi o primeiro que seguiu os passos de Cristo com o martírio; morreu, como o divino Mestre, perdoando e rezando pelos seus algozes (cf. Act 7, 60). Nos primeiros quatro séculos do cristianismo, todos os santos venerados pela Igreja eram mártires. Trata-se de uma multidão inumerável, que a liturgia chama "o cândido exército dos mártires", martyrum candidatus exercitus. A sua morte não incutia receio nem tristeza, mas entusiasmo espiritual que suscitava sempre novos cristãos. Para os crentes, o dia da morte, e ainda mais o dia do martírio, não é o fim de tudo, mas a "passagem" para a vida imortal, é o dia do nascimento definitivo, em latim dies natalis. Compreende-se então o vínculo que existe entre o "dies natalis" de Cristo e o dies natalis de Santo Estêvão. Se Jesus não tivesse nascido na terra, os homens não teriam podido nascer no Céu. Precisamente porque Cristo nasceu, nós podemos "renascer"!
Maria, que estreitou entre os braços o Redentor em Belém, sofreu também ela o martírio interior. Partilhou a sua paixão e teve que o estreitar, mais uma vez, quando foi descido da cruz. A esta Mãe, que conheceu a alegria do nascimento e a dor lancinante da morte do seu Filho divino, confiamos quantos são perseguidos e sofrem, de várias formas, para testemunhar e servir o Evangelho. Com especial proximidade espiritual, penso também naqueles católicos que mantêm a própria fidelidade à Sé de Pedro sem ceder a compromissos, por vezes também ao preço de graves sofrimentos. Toda a Igreja admira o seu exemplo e reza para que eles tenham a força de perseverar, sabendo que as suas tribulações são fonte de vitória, mesmo se no momento podem parecer uma falência.
Mais uma vez, desejo a todos bom Natal!
No dia após a solenidade do Natal, celebramos a festa de Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir. À primeira vista a proximidade da recordação do "Protomártir" do nascimento do Redentor pode-nos fazer admirar, porque é tocante o contraste entre a paz e a alegria de Belém e o drama de Estêvão em Jerusalém na primeira perseguição contra a Igreja nascente. Na realidade, o aparente rangido é superado se considerarmos mais profundamente o mistério do Natal. O Menino Jesus, que jaz na gruta, é o Unigénito Filho de Deus que se fez homem. Ele salvará a humanidade morrendo na cruz. Agora vemo-lo envolvido em panos no presépio; depois da sua crucifixão será novamente envolvido por faixas e colocado no sepulcro. Não era ocasionalmente que a iconografia natalícia por vezes representava o Menino divino colocado num pequeno sarcófago, para indicar que o Redentor nasce para morrer, nasce para dar a vida em resgate por todos.
Santo Estêvão foi o primeiro que seguiu os passos de Cristo com o martírio; morreu, como o divino Mestre, perdoando e rezando pelos seus algozes (cf. Act 7, 60). Nos primeiros quatro séculos do cristianismo, todos os santos venerados pela Igreja eram mártires. Trata-se de uma multidão inumerável, que a liturgia chama "o cândido exército dos mártires", martyrum candidatus exercitus. A sua morte não incutia receio nem tristeza, mas entusiasmo espiritual que suscitava sempre novos cristãos. Para os crentes, o dia da morte, e ainda mais o dia do martírio, não é o fim de tudo, mas a "passagem" para a vida imortal, é o dia do nascimento definitivo, em latim dies natalis. Compreende-se então o vínculo que existe entre o "dies natalis" de Cristo e o dies natalis de Santo Estêvão. Se Jesus não tivesse nascido na terra, os homens não teriam podido nascer no Céu. Precisamente porque Cristo nasceu, nós podemos "renascer"!
Maria, que estreitou entre os braços o Redentor em Belém, sofreu também ela o martírio interior. Partilhou a sua paixão e teve que o estreitar, mais uma vez, quando foi descido da cruz. A esta Mãe, que conheceu a alegria do nascimento e a dor lancinante da morte do seu Filho divino, confiamos quantos são perseguidos e sofrem, de várias formas, para testemunhar e servir o Evangelho. Com especial proximidade espiritual, penso também naqueles católicos que mantêm a própria fidelidade à Sé de Pedro sem ceder a compromissos, por vezes também ao preço de graves sofrimentos. Toda a Igreja admira o seu exemplo e reza para que eles tenham a força de perseverar, sabendo que as suas tribulações são fonte de vitória, mesmo se no momento podem parecer uma falência.
Mais uma vez, desejo a todos bom Natal!
Fonte: Vatican.va
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