terça-feira, 15 de abril de 2025
A Santa Missa é a maior alegria dos Santos
Devemos ainda expor de que vantagem a Santa Missa é para os outros Santos. Devemos homenagem aos Santos. Eles são amigos de Deus que os honra; seguem Cristo vestidos de branco, porque disso são dignos (Ap 3, 5); e é deles que Nosso Senhor diz: “Quem vos glorifica, a mim glorifica.”
Durante a vida fugiram das honras, desprezaram-se a si próprios, sofreram com paciências as injúrias, os insultos, as perseguições dos maus. Por essa razão Deus manifesta-lhes a inocência e a virtude e quer que sejam reverenciados por toda a cristandade.
A história de Mardoqueu, que nos refere a Sagrada Escritura, é disso um exemplo. O piedoso servo de Deus viu-se cruelmente perseguido pelo orgulhoso Amã. Deus, porém, desfez as intenções perversas do favorito do Rei Assuero e glorificou a Mardoqueu diante de todo o povo. Quando o rei perguntou a Amã: Que se deve fazer para honrar aquele que o Rei deseja cumular de honra? Este, pensando que se tratava de sua pessoa, respondeu: É preciso que traga vestidos reais; que, montado no mesmo cavalo que o rei costuma montar, tenha, na cabeça, um diadema real; que o primeiro príncipe da corte lhe conduza o cavalo e, percorrendo as praças e as ruas da cidade, exclame:
É assim que será honrado aquele a quem o rei deseja honrar.
O rei lhe respondeu: Depressa, toma um vestido e uma montada e trata, como disseste, ao judeu Mardoqueu que está à porta do palácio, e cuida em não omitir coisa alguma de quanto acabas de dizer (Es 6).
Se um rei pagão remunerou assim o serviço de um homem, que glória não reservará Deus aos seus servos fiéis?! De que magnificência não os cercará no dia de sua feliz entrada no céu e quando a Igreja celebra a sua festa na terra!
Sob inspiração do Espírito Santo, a Igreja exprime a admiração por seus filhos vitoriosos com os ofícios próprios do breviário, com cânticos, prédicas, procissões, peregrinações, mas, principalmente, pelo Sacrifício da Missa. Assim será honrado a quem o Rei dos Céus quiser honrar.
Na verdade, a honra mais excelente é prestada aos Santos pelo Santo Sacrifício do Altar, se mandamos celebrá-lo ou, se o assistimos, com a intenção de aumentar-lhes a honra acidental.
Para honrar um príncipe dá-se, às vezes, uma representação teatral, e, se bem que, na peça não se faça menção dele, o príncipe nisto experimenta prazer. Da mesma maneira, apesar de, na Santa Missa, representar-se só a vida e paixão do Divino Salvador, os Santos sentem grande alegria e delícias singulares, quando este espetáculo se realiza em sua honra, e todo o céu se regozija.
Quando o sacerdote pronuncia o nome dos Santos, o coração se lhes enternece, porque, observa São João Crisóstomo, tendo o rei alcançado a vitória, o povo, querendo lhe exaltar os feitos, nomeará também os companheiros de armas do herói que, valentemente, destroçou o inimigo. Da mesma forma, é uma grande honra para os Santos serem nomeados, em presença de seu Divino Mestre, do qual se celebram, como em triunfo, a paixão e a morte, ouvindo louvar as vitórias alcançadas sobre o inimigo infernal.”
(A Santa Missa para Leigos: Uma Explicação do Santo Sacrifício da Missa, Frei Martinho de Cochem)
A Santa Missa é a maior alegria da Mãe de Deus
A Mãe de Deus e todos os Santos gozam de uma felicidade dupla: da bem-aventurança essencial e da bem-aventurança acidental. A primeira consiste na vista e na posse de Deus, conforme o grau de glória, na qual foram confirmados, no momento de sua entrada no céu. Esta bem-aventurança essencial não pode aumentar nem diminuir. A bem-aventurança acidental consiste nas honras particulares que Deus, os outros Santos e os homens rendem aos felizes habitantes do céu. Podemos acreditar, por exemplo, que, quando celebramos sua festa aqui na terra, eles recebem no céu honras particulares e que todas as nossas orações e boas obras feitas em sua honra lhes sejam apresentadas por nossos Anjos como um ramalhete de perfume delicioso.
As revelações de Santa Gertrudes confirmam esta crença, e o Evangelho a indica, claramente, por estas palavras de Nosso Senhor:
“Assim vos digo que haverá mais júbilo entre os Anjos de Deus por um pecador que faz penitência. (Lc 15, 10)”
Esta alegria se renova pelo Bom Pastor, pelos Anjos e pelos Santos a cada volta de uma ovelha desgarrada, porém, cessa logo que o pecador deixa de novo o aprisco por uma recaída no pecado.
Este curto esclarecimento fará compreender em que sentido a Santa Missa é a maior alegria de Maria Santíssima: é a maior alegria acidental e ultrapassa todas as outras felicidades desta ordem.
O que torna ainda a Santa Missa muito cara à Mãe de Deus, é o zelo que tem pela glória de Deus, que a Divina Majestade faz consistir, sobretudo, na salvação das almas. Pelo Santo Sacrifício do Altar, prestamos à Augusta Trindade a única homenagem digna d’Ela e lhe oferecemos, ao mesmo tempo, o preço da redenção do gênero humano. Ainda uma vez, que prazer agradável, suave, perfeito para Maria Santíssima ver-nos cercar o altar, onde seu amado Filho é adorado, onde choramos os nossos pecados, onde contemplamos a Dolorosa Paixão e onde o Precioso Sangue é derramado sobre nossas almas!
Daí compreenderás facilmente com que benevolência a Santa Virgem acolhe a prece dos cristãos devotos do Santo Sacrifício da Missa. Refere Barônio:
“Em 989, Roberto, Rei da França, sitiava o castelo de São Germano. Os moradores defenderam-se, heroicamente, e muito sofreu o exército do rei. No sexto dia, Roberto exasperado ordenou o assalto; era para tudo temer. Os sitiados amedrontados dirigiram-se ao Bem-Aventurado Gilberto, monge beneditino. Este os exortou a confiar em Maria Santíssima e celebrou a Santa Missa em honra da Mãe de Deus, em seu altar, com piedosa assistência dos guerreiros do castelo. Ora, enquanto todos estavam em oração, um nevoeiro espesso envolveu a fortaleza e seus arredores. O ataque tornou-se impossível, ao passo que, do alto das torres, a guarnição, perfeitamente livre, seguia todos os movimentos dos assaltantes e lhes infligia perdas consideráveis.
Roberto, vendo suas tropas muito enfraquecidas, levantou o sítio, e retirou-se apressadamente.”
Sem dúvida, Maria nem sempre responde com milagres estrondosos aos nossos clamores de angústia, porém, nunca a invocamos em vão; e como ela está, por sua dignidade de Mãe de Deus, incomparavelmente mais próxima da Santíssima Trindade do que os outros Santos, sua intercessão é também mais poderosa do que a deles.”
(A Santa Missa para Leigos: Uma Explicação do Santo Sacrifício da Missa, por Frei Martinho de Cochem)
segunda-feira, 14 de abril de 2025
A importância da Santa Missa...
Jesus Cristo mesmo revelou esta verdade a Santa Matilde, disse:
“Só eu compreendo perfeitamente de que forma me imolo, todos os dias, sobre o altar pela salvação dos fiéis; os querubins e os serafins, nenhuma potestade celeste, saberiam compreendê-la inteiramente.”
Ó meu Jesus! Que impenetrável mistério e que felicidade para nós pobres pecadores, sermos admitidos à Santa Missa, onde efetuais essa salutar oblação!
Caro leitor, considera bem estas palavras e quanto te é vantajoso assistir à Santa Missa, Nosso Senhor se oferece nela por ti; faz-se o mediador entre tua culpabilidade e a justiça divina, e retém o castigo que merecem cada dia os teus pecados. Ó, se abrisse bem os olhos a esta verdade, como amarias a Santa Missa; como suspirarias pela felicidade de assisti-la; como a ouvirias devotamente; como te lastimarias por faltar a uma só! Para poupar um tal prejuízo à tua alma, suportarias, de boa vontade, qualquer dano temporal.
Os primeiros cristãos nos deixaram o exemplo disto; preferiam perder a vida a deixar de assistir à Santa Missa.”
(“A Santa Missa para Leigos: Uma Explicação do Santo Sacrifício da Missa” por Frei Martinho de Cochem)
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
«De onde Lhe vem tudo isto? [...] Não é Ele o carpinteiro, o Filho de Maria?» (Comentário por São Boaventura)
O Senhor Jesus, regressando do Templo e de Jerusalém a Nazaré com seus pais, viveu com eles até aos trinta anos «e era-lhes submisso» (Lc 2,51). As Escrituras não nos dizem o que Ele fez durante todo este tempo, o que é bastante surpreendente. [...] Mas, se olharmos com atenção, veremos claramente que, não fazendo nada, fazia maravilhas. Com efeito, todos os seus gestos revelam o seu mistério. E, assim como agia com poder, também Se calou com poder, permanecendo recolhido na obscuridade com poder. O Mestre soberano, que veio ensinar-nos os caminhos da vida, começa desde a sua juventude a fazer obras poderosas, mas de uma forma surpreendente, incógnita e inconcebível, parecendo aos olhos dos homens inútil, ignorante e a viver no opróbrio. [...]
Fonte: Evangelho Quotidiano
Assinar:
Postagens (Atom)